Página de doutrina Batista Calvinista. Cremos na inspiração divina, na inerrância e infalibilidade das Escrituras Sagradas; e de que Deus se manifestou em plenitude no seu Filho Amado Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, o qual é a Segunda Pessoa da Triunidade Santa
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quarta-feira, 3 de julho de 2024

Deus limpará toda a lágrima [Pregação sobre Salmo 30:1-5]



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"1. EXALTAR-TE-EI, ó Senhor, porque tu me exaltaste; e não fizeste com que meus inimigos se alegrassem sobre mim. 2. Senhor meu Deus, clamei a ti, e tu me saraste. 3. Senhor, fizeste subir a minha alma da sepultura; conservaste-me a vida para que não descesse ao abismo. 4. Cantai ao Senhor, vós que sois seus santos, e celebrai a memória da sua santidade. 5. Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã."
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Jorge F. Isah


Primeiramente, queria dizer que este Salmo é um clamor e um agradecimento que, ao mesmo tempo, o Rei Davi faz a Deus.

Davi louva o Senhor, pois, mais uma vez, ele o havia livrado dos seus inimigos. Davi era o rei de Israel; mas antes, foi alvo do ódio de Saul que o perseguiu e intentou a sua morte. Tenho para comigo que durante o reinado de Saul, ele não se preocupou nem mesmo com o seu povo, nem em servir a Deus, mas exclusivamente ele tinha o objetivo maligno de destruir Davi; como um feroz inimigo daquele que o próprio Deus chamou de um homem segundo o seu coração [1Sm 13.14].

Deus se alegrava em Davi, o qual executou toda a sua vontade. E quem ouviu isso da boca do profeta Samuel? Saul. Naquele momento, ele soube que havia sido rejeitado por Deus, porque não guardou o que o Senhor havia lhe ordenado. Saul soube que Davi era amado do Senhor, e de que ele e o seu reino não subsistiriam. Daí em diante, Saul não mais seguia o Senhor, e não cumpriu as suas palavras, ao ponto em que Deus diz se arrepender de tê-lo posto como rei [1Sm 15.11]. Perseguir Davi não foi o pior pecado de Saul. O pior pecado de Saul foi a desobediência, o desprezar constantemente os mandamentos de Deus, entregando-se ao estado de permanente rebeldia a ele. Por isso ele perseguiu Davi enquanto teve vida; e não soube reinar conforme os mandamentos divinos.

Davi, portanto, era um homem acostumado ao perigo. Mesmo entre os do seu povo, e mesmo entre os da sua própria carne. Davi foi perseguido, traído e desejaram e maquinaram a sua morte. Era um homem de dores. Não como o Senhor Jesus, mas um tipo do Senhor Jesus nesse aspecto. Interessante que, como àquela época, ele hoje é desprezado por muitos irmãos! Temos uma tolerância absurda e desproporcional para com os ímpios, para conosco mesmo, com os nossos pecados, mas em se tratando de Davi e, também, de Pedro, por exemplo, somos intolerantes... O que vem à nossa mente é sempre o adultério do rei com Bate-seba, e a traição do apóstolo para com o Senhor, momentos antes da Crucificação.

Esperamos que eles fossem super-homens, quando nos assemelhamos a sub-homens em relação a eles. Nem Davi, nem Pedro, ou qualquer outro homem foi alguma coisa por seus próprios méritos. Como um instrumento inútil, eles foram feitos úteis pelo poder de Deus. Assim como nós, não fizeram nada além do que lhes era devido fazer, contudo, muito, mas muito mais do que fazemos. Esquecemo-nos de que ambos foram poderosos nas mãos de Deus; de como Deus os escolheu para obras grandiosas, para feitos que resultassem no louvor e glória do seu nome. Deus os usou como nenhum de nós jamais será usado. E por isso, Deus os exaltou em Cristo.

Por outro lado, eles também sofreram na carne o que jamais sofreremos; e souberam, mesmo nas tribulações, nas lutas, na injustiça, permanecerem firmes e confiantes no Senhor, em uma fé inabalável de que Deus não somente os sustentaria, mas os ergueria caso caíssem; uma fé que muitos de nós, nos menores reveses da vida, colocamos em dúvida, perdemos a esperança, e nos entregamos à murmuração e ao desalento. Nos tornamos no pior tipo de ingrato, aquele que é incapaz de reconhecer todos os favores que lhe foi dado por Deus. Sem merecimento algum. Sem mover um dedo para alcançá-lo. Exclusivamente pela bondade e graça do nosso Senhor, quando a nossa recompensa, por aquilo que não fizemos e deixamos de fazer, seria a condenação e o inferno.

Cada um de nós deveria se espelhar no exemplo desse herói da fé, que a todo momento sabia que Deus era aquele que o livraria dos seus inimigos, e lhe daria a vitória sobre eles [v 1]. Quando Davi diz: "Exaltar-te-ei, ó Senhor, porque tu me exaltaste", podemos ter a ideia errada de que o louvor a Deus deve ser dado somente se recebemos algo de que queremos ou precisamos em troca. O fato é que Deus não é um negociador. Tudo o que recebemos é por sua graça, de tal forma que não há mérito algum no homem que obrigue a Deus dar uma resposta que atenda os desejos e anseios humanos. O que Davi está fazendo aqui é reconhecendo o favor de Deus, colocando-se na posição de favorecido, de alguém que recebeu uma graça, e que, por isso, como um agradecimento, uma forma de reconhecimento ao que Deus fez, ele o exalta.

Pedro nos alertou de que sem humilhação não seremos exaltados: "Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que ao seu tempo vos exalte" [1Pe 5.6]. Davi se humilhava diariamente diante do Senhor, reconhecendo a sua dependência, e por isso, Deus o exaltou diante dos seus inimigos, os quais eram também inimigos de Deus.

Por isso ele disse "clamei a ti, e tu me saraste" [v.2]; porque a cura da dor, da aflição, do temor, da angústia e de todos os males, somente pode vir do bom Deus. Hoje, esperamos por um alívio que venha de vários lugares. Esperamos na ciência, em terapias, nos prazeres, no poder, na diversão... de que sejamos capazes de curar a nós mesmos; mas esquecemos que apenas Deus pode curar nossas feridas. Novamente, Pedro nos diz: "Lançando sobre ele [Jesus] toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" [1Pe 5.7]; e o profeta nos garantiu:"Verdadeiramente ele tomou sobre si [Jesus Cristo] as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si" [Is 53.4]. Como o próprio Davi pode confirmar, ao dizer: "Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele o fará" [Sl 37.5]. Ele sabia, claramente, que no momento da angústia e da aflição, de uma enfermidade, de uma injustiça, apenas Deus poderia curá-lo; por isso, ele clamava pela misericórdia que somente podia vir do alto.

No verso seguinte, Davi nos revela o estado em que se encontrava, como que o de um morto. E não há como não nos lembrar do Senhor, que sofreu toda a sorte de injustiças e crueldades por amor de nós, sendo crucificado, morrendo, mas ressurgindo dos mortos, como o próprio Davi revelou, profeticamente, séculos antes, em outro Salmo: "Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção" [Sl 16.10].

O corpo de Davi, diferentemente do corpo do Senhor Jesus, viu a corrupção, mas a sua alma foi preservada para a vida por Deus, e assim como ele, também nós não veremos a morte, pois Cristo garantiu: "Na verdade, na verdade, vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida" [Jo 5.24].

Ainda que Davi esteja falando aqui sobre as aflições da vida, nas quais ele se via como um morto, dado o grau de opressão sobre a sua alma, o fato é que somente Deus pode nos livrar delas.

Então, ele conclama todos os santos, todos os irmãos, a cantar e louvar o Senhor, não por ter lhe dado um escape momentâneo, por ter solucionado um problema circunstancial, mas como forma de gratidão pela maneira como Deus cuida e concede ao seu povo o seu favor gracioso em toda a vida. Como está escrito:"E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" [Rm 8.28]. Ou seja, a vida que o Senhor nos dá é suprida em todos os mínimos e mais imperceptíveis detalhes pela sua providência e graça.

Então, somos presenteados com versos da mais rara beleza: "Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida" [v. 5]. Que realidade fantástica o salmista nos revela aqui. Primeiro, de que somos merecedores da ira divina. Pela desobediência e transgressões, estávamos debaixo da ira de Deus. Estávamos mortos em ofensas e pecados, segundo o curso deste mundo, e éramos por natureza filhos da ira [Ef 2.1-3]. Mas graças a Deus que nos vivificou em Cristo, por sua misericórdia e o seu muito amor com que nos amou [Ef 2.4-5].

E o salmista continua: "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã". O que pode ser o choro? Pode ser momentâneo, uma dor passageira, algo mesmo que não traga cicatrizes, nem marcas em nossas vidas. Mas pode durar uma vida inteira, anos e anos e mais anos em dores. O choro pode durar até a nossa morte; pode percorrer toda a vida do crente. Pode ser tão duro de suportar que somente Deus para nos manter com vida, quando o desejo é a morte iminente e o alívio da dor. O choro pode nos fazer sofrer, mesmo que seja através de uma lembrança. Mas ainda que o alívio não venha nesta vida, temos a promessa de que ele virá, enfim, na eternidade. É o que João ouviu: "E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas" [Ap 21.3-4]. Estejamos certos, meus irmãos, de que Cristo faz novas todas as coisas, porque, como ele mesmo nos diz: "Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" [Jo 16.33].

O fato é que, todo este Salmo é um louvor a Deus; Davi nos revela como devemos ser gratos, como devemos nos entregar à adoração, bendizendo o nome do bom Deus, porque ele é bom, e sua misericórdia não tem fim. Como filhos, devemos honrar o nosso Pai. Como filhos, devemos obedecê-lo. Como filhos, devemos reverenciá-lo. Andando em temor e tremor, porque também a sua justiça é certa. Graças a Deus por ter-nos tirado do lamaçal do pecado, e ter feito de Cristo, seu Filho Amado, a nossa justiça. Por isso, cada um de nós, irmãos, louvemos e glorifiquemos a Deus, levantando mãos santas, corações contristados, e lábios puros em agradecimento por tudo quanto o Senhor tem feito, e tem nos dado.
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Notas: 1) Pregado em 25.05.2011
2) Esta é a minha primeira pregação; e agradeço a Deus pelo privilégio de poder meditar, juntamente com os irmãos da minha igreja, em sua santa e bendita palavra.

domingo, 26 de maio de 2024

Exposição em Marcos 3.13,18: Jesus chamou, e vieram a Ele!

 



Pr. Luiz Tibúrcio

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Texto Base: 

"13. E subiu ao monte, e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele... 18. E a André, e a Filipe, e a Bartolomeu, e a Mateus, e a Tomé, e a Tiago, filho de Alfeu, e a Tadeu, e a Simão, o Cananita".

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ÁUDIO DO SERMÃO: 

domingo, 19 de maio de 2024

Exposição em Marcos 3.17: Filhos do Trovão

 



Pr. Luiz Tibúrcio

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TEXTO BASE:

"17. E a Tiago, filho de Zebedeu, e a João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão"

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ÁUDIO DO SERMÃO:

 

domingo, 31 de março de 2024

Exposição em Mateus 28.1-7: Cristo a nossa páscoa!

 



Pr. Luiz Tibúrcio

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TEXTO BASE:

"1. E, NO fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. 2. E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra da porta, e sentou-se sobre ela. 3. E o seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes brancas como neve. 4. E os guardas, com medo dele, ficaram muito assombrados, e como mortos. 5. Mas o anjo, respondendo, disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. 6. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia. 7. Ide pois, imediatamente, e dizei aos seus discípulos que já ressuscitou dentre os mortos. E eis que ele vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis. Eis que eu vo-lo tenho dito."

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ÁUDIO DO SERMÃO:

domingo, 10 de março de 2024

Exposição em Marcos 2.13-17: Chamar os pecadores ao arrependimento.

 



Pr. Luiz Tibúrcio

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TEXTO BASE:

"13. E tornou a sair para o mar, e toda a multidão ia ter com ele, e ele os ensinava.
14. E, passando, viu Levi, filho de Alfeu, sentado na recebedoria, e disse-lhe: Segue-me. E, levantando-se, o seguiu. 15. E aconteceu que, estando sentado à mesa em casa deste, também estavam sentados à mesa com Jesus e seus discípulos muitos publicanos e pecadores; porque eram muitos, e o tinham seguido. 16. E os escribas e fariseus, vendo-o comer com os publicanos e pecadores, disseram aos seus discípulos: Por que come e bebe ele com os publicanos e pecadores? 17. E Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento."

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ÁUDIO DO SERMÃO:

segunda-feira, 4 de março de 2024

Exposição em Marcos 2.10-12: "Levanta-te, toma o teu leito, e vai para a tua casa!" - Parte 2

 


Pr. Luiz Tibúrcio

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TEXTO BASE:

"10. Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder para perdoar pecados (disse ao paralítico), 11. A ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa. 12. E levantou-se e, tomando logo o leito, saiu em presença de todos, de sorte que todos se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: Nunca tal vimos."

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ÁUDIO DO SERMÃO:

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Sermão em SAlmo 51.1-12: A alegria da Tua salvação

 






Jorge F. Isah



                                                            
                                                        _______________
        
“10. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. 11. Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo. 12. Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário.” (Salmos 51:10-12)



A) Introdução

Muitos cristãos dizem crer e ter fé em Jesus Cristo. Eles pedem bênçãos: cura, emprego, paz, reconciliação, filhos, segurança, amor e outras inúmeras dádivas; oram, fazem penitência, votos e promessas, jejuam e fazem muitas outras coisas. Se você perguntar à maioria dos cristãos se creem em Cristo, certamente ouvirá: “Sim, claro que creio!”. Entretanto, se em seguida lhe perguntar se é salvo ou não, provavelmente terá a resposta: “Não sei...”. Pois essas são afirmativas contraditórias e excludentes; é como eu acreditar que um avião pode me levar a qualquer lugar, mas sou incapaz de crer que o mesmo avião pode decolar e se movimentar no ar. Em outras palavras, se Cristo é capaz de curar, abrir portas de emprego, dar-nos segurança e saúde, por exemplo, e tenho fé dele ser capaz de produzi-las, por que não reconheço o seu poder em me salvar? Por que a fé em considerar-me salvo não é suficiente? Estaria depositando-a em outra fonte e razão?

Por isso, deixo-lhe a pergunta: você crê em Cristo? E também crê na sua suficiência em lhe salvar? E se crê, você é salvo?

Espero, pela graça do nosso Senhor, ser capaz de analisar, juntamente com os irmãos, este aspecto fundamental das Escrituras, e podermos sair daqui entendendo um pouco mais sobre o que é ser salvo, segundo a palavra de Deus.


B) Salvo e não salvo, é possível? O que é a salvação?

Certa vez, em um debate na televisão sobre salvação, o apresentador inquiriu seus convidados: Um crente estava no ponto de ônibus aguardando a condução. Ao lado, havia uma banca de revistas, dessas que quase não se vê mais, e afixada na vitrine a capa de uma revista onde uma modelo, em vestes sumárias, se exibia. O crente, impressionado com a beleza da mulher, admirou-a por alguns segundos. Nisto, do outro lado da rua, em um carro-forte, desenvolvia-se um assalto. Houve um tiroteio entre os seguranças e os bandidos, e uma bala perdida acertou o crente na banca de revistas, matando-o instantaneamente. Aquele homem perdeu a salvação ao desejar a modelo ou não?

Pense, por um instante, qual seria a sua resposta?

Seguiu-se um debate acalorado entre os convidados: um grupo (a maioria) disse “sim”, o crente perdeu a salvação, pois não houve tempo de se arrepender, enquanto o outro (minoritário) disse “não ser possível perdê-la”. E agora, qual está correto? Qual interpretação é verdadeira segundo a Bíblia?

Antes, devemos entender o que é salvação. Um exemplo tosco, mas que pode ajudar no entendimento: Você está em um navio, em meio a uma fortíssima tempestade. A nave muitas vezes sucumbe às ondas até que, um grande vagalhão o vira, e você é lançado nas águas indomáveis e tempestuosas. Você está se afogando, não consegue manter a cabeça acima da água, suas forças esvaem-se rapidamente, seus sentidos se perdem, e você está em vias de ficar inconsciente, e ficará completamente ao sabor do mar violento, da morte. Eis que surge um helicóptero, e um salva-vidas desce por uma corda. A corda pode levar apenas uma pessoa, é lançada e o salva-vidas desce até você, fica em seu lugar, para morrer em seu lugar, então ele o prende bem e o coloca no cesto, acomodando-o em segurança.

O salva-vidas tem um nome, e o nome dele é Jesus Cristo.

Toda analogia é falha em relação a Deus e sua obra, mas foi a melhor ilustração que encontrei para dar. Isto se chama substituição. Se chama redenção. Se chama expiação. Se chama salvação.


C) A natureza do pecado

Primeiro, a tempestade é a nossa natureza caída, a multidão de pecados a nos imergir e impedir que vejamos a Deus. Disto, fala Davi, em Salmos 51:1-5: “1. Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. 2. Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado. 3. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. 4. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares. 5. Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”. Ou seja, o homem não nasce bom e puro e santo como muitos afirmam, mas nasce com uma natureza “naturalmente” rebelde e desobediente para com Deus. Mesmo as crianças, na mais tenra idade, portam-se indóceis e birrentas, as vezes até mesmo agressivas quando não são atendidas em seus desejos. Então, o homem em si mesmo não é bom, e o bem a existir nele é fruto do “Imago Dei”, a réstia divina a habitar em sua alma.


D) A substituição

Segundo, o salva-vidas tem a função de acudir as pessoas em dificuldades, de salvá-las dos perigos e da eventual morte. Entretanto, a função não o obriga a arriscar a própria vida ou sacrificá-la para resgatar outra. Essa não é uma exigência da sua profissão, pelo contrário, é-lhe alertado ir até o ponto onde a sua própria vida e segurança seja protegida. Contudo, esse salva-vidas está disposto a se sacrificar, na verdade, ao descer pela corda ele sabe que morrerá em troca da salvação do afogado; ele se dispõe a trocar de lugar com você, de substituí-lo, se colocar no seu lugar, a morrer no seu lugar. Foi esse o feito inimaginável e grandioso e misericordioso e gracioso realizado na cruz pelo nosso Senhor. Ele não precisava estar lá, ele não precisava ocupar o nosso lugar, ele não precisava se sacrificar, mas o fez por amor de nós, porque antes da fundação do mundo, muito antes de virmos à existência, o seu infinito e eterno amor já pairava sobre nossas cabeças, já nos enchia o coração, já nos tomava para si e nos fazia seus.

O precioso sangue de Cristo derramado na cruz foi plenamente eficaz para nos comprar, não com uma nota promissória, um cheque sem fundos, ou uma “promessa de compra” que pode não se realizar, não! Ele pagou à vista, no ato, nota sobre nota, de tal maneira que passamos a ser dele sem qualquer chance de não ser. A partir daquele momento, não pertencíamos mais ao pecado, ao diabo ou a nós mesmos, mas éramos dele, somente dele, e de mais ninguém. Ao pagar com a própria vida os nossos pecados ele nos remiu, anulando a dívida que tínhamos com Deus, de maneira absoluta e infalível, isentando-nos, nos libertando das amarras do diabo, do pecado e do inferno. Não mais haveria condenação, não mais haveria juízo ou castigo. Estávamos livres da ira divina, perdoados e absolvidos exclusivamente pelos méritos de Cristo, não nosso, dos nossos feitos, das nossas obras, mas por ele, nele e para ele (Rm 11:36).


E) A fé

Terceiro, entretanto, é preciso crer ou ter fé na suficiência de Cristo para nos salvar (Veja Lc 23:37-43, o malfeitor crucificado junto ao Senhor). De nada adianta dizer que se crê nele enquanto busca os méritos em si mesmo, em seus feitos, bondade, caridade, e tudo o mais que faz você se considerar bom e merecedor da salvação; e nenhum de nós merece e jamais mereceremos a salvação. Ela não provém de nós, mas para nós. Ela não se origina e termina em nós, mas em Cristo. Ela sequer depende da nossa vontade, pois, se dependesse dela, em vista dos desejos fugazes e temporários, íamos querê-la? Ela depende exclusivamente da vontade divina, ao nos tirar a venda, abrir os olhos, os ouvidos, para o glorioso evangelho de Cristo, onde primeiramente o conhecemos para que depois ele nos seja íntimo... Veja bem, se a fé não estiver 100% depositada em Jesus, dele ser o único, capaz e apto para salvar, de nada adiantará você se dizer cristão, crente ou servo de Deus. Ou se é salvo por Cristo ou não se é! Não existe outro caminho, arranjo ou alternativa. Ou sou de Cristo ou não sou. Ou por ele sou salvo ou não. Ou creio plenamente nele ou não.

Alguns dizem ter fé, genérica e abstrata, imprecisa, em coisas como: o mundo encontrará a paz, o Brasil prosperará, o homem abandonará a maldade, e coisas do gênero. Não estou a falar que orar por essas coisas seja errado ou inútil, mas as pessoas falam daquilo que desconhecem e por não lhes dizer algo mais profundo e pessoal, fica mais fácil acreditar em coisas etéreas e vagas. Enquanto isto, algo a falar-lhes direta e intimamente como a salvação da própria alma não ganha a relevância e a urgência necessárias.

Voltando à analogia, a fé seria a corda, o meio pelo qual o afogado se salvará. Mas note o seguinte:

1. A corda não pertence a você, mas ao resgatador;

2. A corda não chegou até você por sua vontade, mas pela vontade do resgatador;

3. Você não tem qualquer poder sobre a corda, mas o resgatador;

4. Contudo, você confia e tem certeza de a corda ser o único meio a levá-lo até o resgatador, e de trazer o resgatador até você.

A fé portanto é o meio, não o fim, não a causa da salvação, mas é por ela que declaramos confiar totalmente em Cristo. Como Paulo disse: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie (Efésios 2:8-9).

Alguém pode dizer: “não tenho fé suficiente para crer”. Como os apóstolos, devemos clamar ao Senhor: “Aumenta a nossa fé” (Lc 17:6). Sim, a fé é dom de Deus, e para crer e confiar precisamos da assistência poderosa do Espírito Santo, a nos mover à segurança e convicção de Cristo ser o bastante, o primordial, o imprescindível para nos salvar.


F) A Segurança

Por fim, ao ser içado para o helicóptero, você estará preservado, resguardado dos perigos da morte; não mais estará sujeito às ondas e as profundezas do mar revolto e indomável. Você receberá o auxílio necessário para ser curado dos ferimentos, da aflição, da angústia, da dor e do vislumbre da morte. Logo, não deve temer, mesmo a tempestade tornando-se mais violenta, os relâmpagos mais intensos, trovões mais barulhentos, as águas se elevando, porque você está seguro, preservado por Deus não de estar no meio dos dissabores, revesses ou conflitos da vida, mas de ser por ele resguardado, protegido, de não vir a sucumbir, perecer e ser destruído. O Senhor não nos livra das lutas e batalhas, mas de ser abatido e vencido por elas.

Com isso não estou a dizer que o crente não terá doenças e não morrerá por elas. Não será perseguido e poderá morrer por elas. Não será injustiçado, torturado ou atormentado; não é isso. Entretanto, em todas essas situações, de desconforto, miséria e dores elas não o vencerão, a ponto de você descrer ou perder a fé. Nada poderá tirá-la de você, mesmo que se sinta, vez ou outra, sem fé, pois, como já disse, é um dom de Deus, dado por ele, e somente ele tem poder sobre ela. Sinta-se então seguro e certo de que a fé para a salvação é inabalável e inextinguível nos filhos de Deus, pois como está escrito: “E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede. 36. Mas já vos disse que também vós me vistes, e contudo não credes. 37. Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. 38. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39. E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu, eu perca, mas que o ressuscite no último dia. 40. Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:35-40).

É o próprio Senhor quem nos assegura; então, por que duvidar? E se estamos em paz com Deus, reconciliados pelo sangue, poder e graça de Cristo, temeremos algo? Novamente, Paulo tem muito a dizer: “35. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? 36. Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro.37. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.38. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, 39. Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 8:35-39).


G) Se é santo para a salvação ou a salvação faz o santo?

Parece claro, na altura deste estudo, a impossibilidade de se perder a salvação. Vejamos, contudo, o que acontece com Davi, no Salmo 51: “6. Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria. 7. Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve. 8. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que tu quebraste. 9. Esconde a tua face dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniquidades. 10. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto”.

Davi havia pecado contra Deus primeiramente, depois contra Bateseba e Urias. Ele havia transgredido a vontade de Deus em vários pontos, desde a cobiça, o adultério, o assassínio do marido, a mentira e a sensação de impunidade. Davi considerou ter escapado da censura e do juízo públicos, mas se esqueceu de que Deus vê e sabe de todas as coisas. O profeta Natan apontou-lhe o pecado, e Davi então arrependeu-se, confessando-o (2 Sm 12:1-13). Sinceramente, descreveu a sua condição de miséria, de afronta insidiosa contra a santidade divina, e clamou por perdão, para ser purificado... de ter suas transgressões apagadas, eliminadas; suas dívidas não seriam pagas por ele mas por Cristo, a um preço alto, o próprio sangue, do contrário, nem Davi, eu ou você escaparíamos da terrível ira de Deus. Foi pela misericórdia e graça e bondade divinas que fomos inocentados, contudo, para sermos limpos foi necessário o sangue de Cristo ser derramado, para nele sermos completamente lavados e purificados para Deus.

Se imaginarmos a santidade divina, da qual nenhum de nós poderia se aproximar, se não fosse Cristo e os seus méritos, estaríamos irremediavelmente perdidos e condenados. É Deus quem nos limpa, é ele quem nos mantém limpos, ele nos preserva para si e para a vida eterna consigo.

Ao clamar “cria em mim, ó Deus, um coração puro”, Davi, o homem segundo o coração de Deus, suplica para ser preservado em santidade; e o Senhor não somente vai apagar os seus pecados, mas também não permitirá que ele peque novamente, não esse tipo de pecado. E tenha, outra vez, o espírito renovado, a fim de permanecer livre das tentações e delitos.

Assim como Davi, o crente sincero não busca produzir bons frutos para a salvação, mas tem a consciência de que somente pode produzi-los porque é salvo; porque o Espirito Santo o auxilia fecundando, alimentando a sua alma, mas também podando os galhos mortos, arrancando matos e ervas daninhas, a fim de fortalecermos na graça e fé. Pois, chamados e resgatados, somos “criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef. 2:10).

Davi sabia, assim como Paulo, que a obra de Deus em nós não para, progressivamente é realizada para alcançarmos a estatura de Cristo (Fp 1:6), e, um dia, sermos como ele é: plenamente puros, santos e imaculados. Neste processo, pecaremos, aqui e ali, para a nossa tristeza e desgosto, mas chegará o dia, o dia glorioso do Senhor, no qual jamais pecaremos, não haverá essa chance, e então seremos como é Jesus Cristo, em toda a sua perfeição e santidade.

Não existe mérito humano nisso, apenas a graça, a graça maravilhosa e infinita do bom Deus, cujo objetivo sempre foi fazer-nos semelhantes a seu amado Filho.


H) A Alegria da Salvação

Nos versos seguintes, lemos: “Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo. 12. Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário”. O que o rei quer dizer? Que havia perdido a salvação e clamava para novamente ser salvo? Não, meus irmãos. Davi havia se arrependido diante da exortação e repreensão do profeta Natan. Imediatamente ele disse: “Pequei contra o Senhor!” (2 Sm 12:13), e abateu-se sobre ele a mágoa e a decepção por haver ofendido a Deus. Essa é a atitude do salvo: ao perceber a sua transgressão, toma-lhe o sentimento de frustração e tristeza por ser incapaz de dominar a sua natureza e resistir à tentação. Nesses momentos, ficamos meio perdidos, meio entorpecidos, em dúvida quanto à salvação e a ser filho de Deus. Por isso, Davi clama pelo Espírito Santo, para ser consolado em sua angústia, para ser fortalecido em sua fraqueza, para ser restaurado em seu ânimo. “Não retires de mim o teu Espírito Santo” é reconhecer a insuficiência humana, a dependência a Deus, de, até mesmo nos momentos de autoabandono e rejeição, o único antídoto é o conforto, o consolo, a restauração da alma proveniente do Espírito Santo. Esta não é uma tristeza comum, mas como Paulo disse: “8. Porquanto, ainda que vos contristei com a minha carta, não me arrependo, embora já me tivesse arrependido por ver que aquela carta vos contristou, ainda que por pouco tempo. 9. Agora folgo, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano em coisa alguma.10. Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte”.

Neste trecho, Paulo está a lembrar os coríntios sobre a primeira carta, quando escreveu exortando-os de várias maneiras a respeito dos pecados cometidos pela igreja. Agora, no entanto, diz que a contristação deles foi para arrependimento, produzida pelo Espírito Santo, a fim de que, pela tristeza viesse o arrependimento e o arrependimento para salvação. O mesmo aconteceu com Davi, no trecho já citado. A sua tristeza e angústia pelos pecados cometidos trouxeram-lhe arrependimento, e o arrependimento sincero estava a confirmar a sua salvação. Veja bem, existe a tristeza e o arrependimento do mundo, que operam a morte. E existe o arrependimento operado por Deus para salvação e vida. Quando Davi pede para Deus não retirar-lhe o Espírito, ele compreende a necessidade de, para confirmar a sua salvação, o Espírito agir produzindo tristeza e contrição. Do pecador reconhecer-se como tal, reconhecer seus delitos, e entender que sem o sincero arrependimento e o desejo de não mais pecar, não existe salvação. O salvo não deseja continuar sendo quem é, mas anseia ser como o seu Senhor. Se em você ou em mim não há o verdadeiro sentido de ser cristão, ou seja, de ser como Cristo, é pouco provável que sejamos salvos. Se você ou eu não nos importamos com os nossos pecados, fazemos vistas grossas, pecamos novamente e de novo, sem que a nossa alma se aflija e se angustie, e não nos preocupamos com os nossos atos, com a nossa condição, certamente nem você nem eu somos salvos. A salvação, mais do que chegar ao paraíso, é ser como Cristo: imaculadamente santo, integralmente perfeito. Sem esse desejo, sem essa busca, nada nos resta a não ser clamar para Deus nos resgatar, para ele enfim nos redimir e salvar.

O pecador arrependido pode, após confessar os seus delitos, desfrutar novamente da paz e da alegria da salvação. Isso é um sentimento mas a produzir efeitos práticos e capaz de nos levar ainda mais à gratidão e ao desejo de servir ao nosso Senhor. Não tem a ver em ser salvo ou não salvo, pois Cristo não morreu por um, dois ou dezenas dos meus pecados, mas por todos, inclusive aqueles dos quais não nos lembramos, de quando éramos inimigos dele e, portanto, não temos como nos arrepender especificamente daquilo que se perdeu no passado. Mas o Senhor sabe, e sempre soube, e por isso ele apagou não apenas os pecados confessados mas também os inconfessos por deficiência cognitiva, mental (memória fraca ou esquecimento).

A alegria da salvação é antes o gozo de saber que pertencemos a Deus, somos dele, e uma vez dele, nada ou ninguém poderá nos tirar de suas mãos.


I) Conclusão:

É claro que um tema como este, tão rico e complexo em seus detalhes, não pode ser abrangido em um estudo e tempo tão exíguos.

Contudo, a mensagem a se deixar, antes de ser negativa é propositiva e reflexiva. Primeiro, é possível reconhecer-se filho de Deus e salvo. Segundo, a salvação gera sempre e inevitavelmente o arrependimento e a contrição diante dos nossos pecados. Terceiro, se não somos tomados pela tristeza para a salvação, resta-nos implorar, pedir a Deus para nos salvar. Quarto, o Senhor ouve aquele que o busca de todo o coração.

Para finalizar, deixarei dois versos para a meditação dos irmãos. O primeiro está em Jeremias 29:11-12, que diz: “Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. 13. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração”.

O segundo, está em Ezequiel 36:25-27, e diz: “25. Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. 26. E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. 27. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis.”

Irmãos, busque ao Senhor. Em todo tempo e lugar. Busque se você é salvo. Busque se você não é. Busque para que as bênçãos descritas se cumpram em sua vida. Busque, busque, busque, não cesse de buscar. E o Senhor, certamente, o achará e o trará para si!

Soli Deo Gloria!

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