Página de doutrina Batista Calvinista. Cremos na inspiração divina, na inerrância e infalibilidade das Escrituras Sagradas; e de que Deus se manifestou em plenitude no seu Filho Amado Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, o qual é a Segunda Pessoa da Triunidade Santa

terça-feira, 16 de julho de 2024

Exposição em 1Reis 17.13-14: Elias e a viúva de Sarepta

 



Pr.  Luiz Tibúrcio

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TEXTO BASE: 

"13. E Elias lhe disse: Não temas; vai, faze conforme à tua palavra; porém faze dele primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-mo aqui; depois farás para ti e para teu filho. 14. Porque assim diz o Senhor Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará até ao dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra."
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ÁUDIO DO SERMÃO: 

quarta-feira, 10 de julho de 2024

USANDO OS TALENTOS PARA A GLÓRIA DE DEUS



Pr. Luiz Tibúrcio

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Graças a Deus pelos hinos que foram entoados e pelo especial cantado pelas irmãs Lia e Cida, os quais enchem muito de alegria o nosso coração pelo sacrifício maravilhoso do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador, que nos tem uma mensagem de amor naquele local de sofrimento que é a cruz, onde o Senhor padeceu por nós.

Vamos abrir as nossas Bíblias em Mateus, capítulo 25, versículo 14, onde compartilharemos a Palavra de Deus; alegres por estarmos aqui com os irmãos... graças a Deus que temos um conselheiro que sabe todas as nossas necessidade, temos um médico, temos um advogado e temos um Salvador que é Cristo. Amém!

Mateus 25... versículo 14... Mateus 25.14... A Palavra de Deus diz:

“Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens” (ACF)

Graças a Deus por isso. Graças a Deus que temos um Pai que cuida de nós, e vai cuidar de todos aqueles que nós temos apresentados diante do Seu trono, dentro do plano eterno do Senhor.

O Senhor Jesus Cristo está aqui, no capítulo 24 e 25 ensinando a respeito do Reino de Deus; está ensinando sobre as coisas celestiais, ensinando o seu povo através de parábolas. Primeiramente a palavra de Deus nos diz que um homem tinha pessoas a seus serviços, que tinha empregados que cuidavam das suas coisas, ele chama os seus servos e dá ordem a eles; e hoje vamos pensar numa mensagem cujo tema é: Usando os seus talentos para a glória de Deus. E esta é uma coisa que devemos pensar, a qual devemos nos perguntar: será que estamos usando os talentos que Deus nos tem dado para a glória Dele? Para servi-lO? Para o louvor do Seu santo Nome?... Graças a Deus, porque servimos ao Senhor, porque não temos outro Senhor, que não o Senhor nosso Deus, o Deus Vivo e Único, amém!

O povo de Israel diz: Nós não servimos a outro deus, mas apenas ao nosso Senhor. E graças a Deus por nós, que hoje estamos aqui ouvindo a Sua santa Palavra, e servimos a Deus, nós cristãos, por Jesus Cristo nosso Senhor; o qual nos fez agradável ao Pai. Aqui, novamente, podemos, por Jesus Cristo, prestar serviços a Deus.

A Palavra de Deus diz: “Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens”. Vejam que coisa fantástica a Palavra de Deus diz. Ela fala sobre um homem que chama aqueles que estão a serviço dele, e lhes entrega todos os seus bens. E nós, como cristãos e servos que não temos o talento, estaremos dizendo: nós não servimos ao Senhor. E esta conclusão lógica vem porque “aqueles servos o senhor chamou, e àqueles servos ele concedeu-lhes talentos. Esse senhor, esse grande senhor e grande homem, entregou todos os seus bens nas mãos dos seus servos. Nós temos aqui uma palavra e uma relação de absoluta confiança. Há um livro, se não me engano do Pr. John MacArthur, em que ele diz que Deus tinha um só plano, o plano de Deus para aqueles doze homens era que através deles Ele transformaria o mundo. Ele faria a Sua obra completa. E esta é uma coisa fantástica para a nossa análise, porque realmente podemos pensar que, quando vamos fazer nossas coisas temos o plano “b”, a válvula de escape “c”, caso a válvula “a” e “b” não funcionem; temos o pára-quedas de emergência, caso o principal não se abra... sempre temos que elaborar um plano, e ter algum tipo de garantia ou segurança para o caso do nosso plano principal não dar certo. Mas veja que Deus escolheu aqueles homens simples para que através deles o mundo conheça a glória do Senhor.

Pois hoje, o Senhor tem chamado a nós, e nós devemos fazer a obra Dele. O Senhor tem nos chamado... a Sua palavra diz que aos que Ele chamou a estes também Ele santificou, e a estes também Ele enviou. Nós somos enviados a fazer uma obra, uma obra em nome do Senhor.

No verso 14 lemos que o senhor depositou todos os seus bens nas mãos dos seus servos, e partiu para uma terra distante, para longe; e outra particularidade dessa relação é que o senhor estava seguro de que os servos fariam conforme o seu mandado. Amém, irmãos!

O Senhor espera que sejamos servos obedientes; o Senhor tem nos chamado, e tem nos dado a Sua graça para que possamos servi-lO a cada dia de nossas vidas... está é uma relação de confiança... Deus espera que O obedeçamos em tudo e por toda a nossa vida. Eu posso ou não abrir a minha Bíblia e estudar. Posso ou não falar do amor de Jesus a todas as pessoas. Posso ou não ser honesto e verdadeiro nas minhas relações. Para ter a graça do Senhor em minha vida eu tenho de viver em conformidade com a vontade de Deus.

A Palavra de Deus diz que esse servo... irmão... já viu como um servo age quando o patrão está por perto? Como ele é zeloso com as coisas, vai organizar a mesa, executa bem o seu trabalho, a fim de agradar ao seu patrão? Conta-se uma história de um homem que se chamava José. Ele, depois de algum tempo no trabalho, sentia-se sem reconhecimento. Ele era um homem responsável. Então, passado algum tempo, ele já não se empenhava com antes. Começou a negligenciar o seu serviço, a fazer as coisas meio que por pirraça. Num certo dia, em que ele estava zangado com o seu patrão, porque o patrão não havia aumentado o seu salário como fizera com outros, varrendo o seu setor, pensou: “Sabe, não vou mais caprichar com isso aqui não, vou fazer de qualquer jeito”. Pegou o lixo e jogou debaixo do tapete. Pouco depois, o seu chefe encontrando-o, e diz:

“Sr. José, passe no meu escritório depois do expediente, pois precisamos conversar”.
O Sr. José pensou: “Puxa-vida! Acho que ele descobriu o que fiz de errado... provavelmente vai me mandar embora... puxa-vida, e agora? O que vou fazer?”
No final da tarde, dirigiu-se à sala do chefe. Chegando lá, foi recebido imediatamente.
“Boa tarde, sr. Everaldo!”
“Boa tarde, sr José! Sente-se.”
Ele sentou, esperando apreensivo.
“Sr. José, tenho observado o seu trabalho, e visto já há algum tempo a dedicação e zelo com que tem desempenhado a sua função. E tenho pensado que já há muito o senhor tem merecido um aumento. E não sei por quê ainda não lhe foi dado. Mas, o que quero dizer é que, a partir deste mês o senhor receberá um aumento, que fez por merecê-lo...”.
Ao sair da sala, o sr. José correu até o tapete e tirou o lixo de debaixo dele; retornando agradecido para casa.

Irmãos, a Palavra de Deus nos chama ao serviço de Deus; não como aquele que serve enquanto o patrão está perto, mas como aquele que serve com fidelidade mesmo na sua ausência.

A Palavra de Deus diz que esse senhor chamou os seus servos e ausentou-se para uma terra distante. E diz mais, versículo 15: “E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe”. Coisa fantástica que esse senhor faz ao dar cinco talentos para um, dois para outro e um para outro, mas o faz segundo a capacidade de cada um deles. E aprendemos que Deus nunca vai nos chamar a fazer uma tarefa para a qual Ele não nos capacitou. Deus nunca nos chamará a fazer algo na Sua seara, para a Sua glória, sem que primeiro Ele nos dê condições para executá-lo. Quando sirvo ao Senhor, quando bendigo-O, louvando-O em qualquer área da minha vida, seja no ministério da Sua palavra, seja na administração do serviço, seja com os dons que Ele me deu, em todas essas coisas, primeiramente, Deus irá suprir para que eu possa dar. O Rei Salomão quando da construção do templo, quando fez a oração de consagração ao templo disse: Senhor, nós não estamos fazendo um templo, Tu nos destes para Tu dar. E assim foi Deus quem primeiramente deu a eles condições para que eles pudessem servi-lO. Amém, irmãos!... E nós serviremos a Deus; e nós O servimos, seja com os nossos bens materiais, com os nossos talentos individuais, com a inteligência, a capacidade e habilidades, porque Ele nos deu para que O servíssemos.

Outra coisa interessante é que o senhor, nessa parábola, estava avaliando os seus servos, e sabia da capacidade de cada um deles.
Prosseguindo, o versículo diz: “E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos”. Eu gosto de uma outra tradução (ARA) que diz que aquele servo, o que tinha cinco talentos, saiu imediatamente a negociar com ele e ganhou outros cinco. O fato dele sair imediatamente evidencia-se o zelo para com as coisas do seu senhor. E percebemos quando uma pessoa é zelosa com as coisas de Deus ou com qualquer outra coisa, porque o zelo se conhece rapidamente. Aquele que realmente é zeloso com as coisas de Deus, tem a disposição para servir. Há situações em que se diz que gostaria muito de servir, que desejaria muito servir, de ter tempo para servir; mas, porque a vida é muito atarefada, são tantas coisas para se fazer, estou impedido de servir. Isso não é verdade, afinal de contas, todos nós temos vinte e quatro horas no dia. O tempo é igual para todos nós, só que alguns conseguem servir a Deus, outros não.

Vemos aquele servo, após receber cinco talentos, partir a negociar, mostrando presteza, pois o fez imediatamente.

Quando devemos servir ao Senhor, meus irmãos? Hoje! O dia é hoje, o qual estamos vivendo. Devemos planejar o futuro, de como administrar a obra do Senhor, devemos planejar os eventos que faremos para louvar o Senhor, mas hoje deve ser o nosso dia de começar o serviço a Deus.

E ele granjeou outros cinco talentos. Aquele que era fiel e estava apressado para servir ao Senhor, foi ele quem granjeou outros cinco talentos. Significa que ele negociou, usou seus talentos, e mais talentos obteve. Irmãos, um talento de prata em Israel pesava quarenta e cinco quilos; um talento de ouro pesava noventa e um quilos, o que era um pequena fortuna... Versículo 17: “Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois”. Aquele que recebeu dois talentos, granjeou também outros dois talentos.

Versículo 18, diz: “Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor”. Essa terceira pessoa recebeu apenas um talento, e era esse talento conforme a sua capacidade. Pensem comigo: ele procurou um lugar, provavelmente distante, onde ninguém conhecia, um esconderijo, e chegando lá, cavou um buraco profundo, e colocou o talento, cobrindo-o com terra, fechando o buraco; talvez, plantando uma árvore por cima, colocando grama para disfarçar; ele enterrou o seu talento. Sabe, ninguém podia ver aquele talento. Parece-se com a vida de alguns cristãos, que realmente decidem que serão salvos pelo Senhor, mas que não O servirão. Decidem que podem ser crentes em Deus, mas também podem viver a sua vida, levando-a da forma que quiserem, com tempo para o trabalho, para os estudos, a família; contudo, sem tempo para servir a Deus.

A Palavra de Deus diz que esse servo enterrou o talento do seu senhor; mesmo sabendo que aquele talento pertencia ao seu senhor. Como devo encarar as bênçãos que o Senhor tem me dado? Como administro os recursos que Deus tem me dado? Eles são dados para a glória de Deus? Veja meus irmãos, quantas coisas podemos fazer, se cada um de nós se dispuser a contribuir com uma parte dos seus bens, com uma parte do seu tempo, com as suas habilidades, para a glória do Senhor. Se cada um de nós administrar de tal forma os seus bens, deles sobrará para que se contribua mais para a obra de Deus. Quantas igrejas são perseguidas mundo afora? Quantos irmãos passam por aflições no momento? Quantos necessitados precisam ouvir do amor do Senhor Jesus Cristo? E a obra que temos de fazer para louvar e bendizer o nome do Senhor?... E esse servo enterrou o seu talento.

Versículo 19: “E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles”. Atentemos para o que o versículo diz: e passou-se muito tempo depois. Durante aquele tempo, os servos podiam falar: “Meu senhor não me olha. Há quanto tempo ele foi embora, e não voltou mais. Podemos agora gastar aquilo que é do senhor”. Ou mesmo a possibilidade daquele servo que não servia de poder servir. Talvez, desenterrar o talento que havia enterrado, e assim, servi-lo.

Versículo 20, diz: “Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles”. Que tipo de servos somos? Será que somos o que recebeu cinco talentos? Ou por acaso não seríamos o que recebeu dois talentos?... Quando nos envolvemos com a obra de Deus, cada vez mais nos envolveremos e estaremos envolvidos; e temos visto que, quando nos voltamos para o serviço do Senhor, as oportunidades aparecem e se tornam cada vez maiores. As pessoas começam a nos procurar, a bater em nossa porta, começam a nos pedir ajuda, orientação, e assim, servimos a Deus segundo a Sua vontade.

Esse servo recebeu cinco talentos e granjeou outros cinco para o seu senhor. “E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor”. Que palavras doces para aquele servo que servia ao senhor de uma forma prazerosa, que honrava-o diligentemente. A resposta do senhor para aquele servo foi “servo bom e fiel... entra no gozo do teu senhor”.

Versículo 22 e 23: “E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos. Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor”. Será que somos ainda como aquele servo que recebeu dois talentos? E que mesmo não recebendo grandes talentos foi fiel naquilo que o seu senhor lhe deu? Será meu irmão, que Deus talvez não lhe chamou para ser um pregador, uma pessoa de oração, um evangelista? E nas coisas mais simples, mesmo aquelas que ninguém nota, ser fiel ao Senhor? Será que Ele não nos chamou para com um sorriso dizer às pessoas: “seja bem-vindo à nossa igreja”; e fazê-lo com alegria no Senhor? Ou para zelarmos pelo trabalho na igreja? Ou ainda, visitarmos uma senhora, e ali lermos a Bíblia com ela, confortando-a, zeloso naquilo que faço? A Palavra de Deus diz: “sobre o pouco foste fiel... entra no gozo do teu senhor”.

Versículo 24 diz: “Mas, chegando também o que recebera um talento”... Vemos que, a narrativa da Palavra de Deus primeiro fala do servo que recebeu cinco talentos, depois do que recebeu dois, e, por fim, daquele que recebeu um talento; e aqui ele é o último também a vir prestar contas ao seu senhor... “Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste”. E pior do que enterrar o seu talento, era o conceito que aquele servo tinha do seu senhor. Aquele servo pensava que o seu senhor era um homem duro que ceifava onde não semeava, e ajuntava onde não espalhava. Se sou um servo do Senhor, eu recebi dele um talento. Se não recebi um talento, não sou um servo do Senhor. Se não uso o talento que Ele me deu para a Sua glória, estou dizendo, como aquele servo dizia no seu coração (Senhor Jesus Cristo aqui apresenta fatos, embora seja uma parábola, Ele não apresenta possibilidades, mas fatos):“Tu és um homem duro, que ceifas o que não plantou e ajuntas o que não espalhou”. E assim é como o Senhor via aqueles servos, que apesar de servos, não O serviam. Que coisa triste, irmãos, a situação daquele servo...

Nós servimos a um Deus maravilhoso, todo generoso e cheio de misericórdia. Graças a Deus porque não O servimos por obrigação, embora Ele mereça, embora Ele tenha autoridade para mandar em nós; mas graças a Deus, nós o serviremos em amor. Graças a Deus eu vejo irmãos que vêm com dificuldade à igreja. Não é uma coisa fácil. Muitos moram longe, distante daqui, mas ainda assim ousam vir à igreja para ouvir a Palavra do seu Senhor. E vejo irmãos que com dificuldade buscam servir ao Senhor, as vezes com apertos, lutas... e sabe de uma coisa, nós a cada dia estamos a serviço do nosso Senhor, e devemos persistir e continuar.

Aquele servo demorou a vir prestar contas ao seu senhor. No versículo 25 ele continou dizendo: “E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu”. Parece que essa é a situação de algumas pessoas que dizem servir a Deus. Se você perguntar a elas sobre as doutrinas bíblicas, elas serão capazes de responder-lhe, terão na ponta da língua os preceitos de Deus, sobre diversos aspectos teológicos; mas a Palavra de Deus é clara em dizer que: ninguém vem a mim sem que o Pai que me enviou não o trouxer. Para que alguém vá até o Senhor Jesus é preciso que o Pai o leve. Mas quando se trata de servir a Deus, a situação muda de figura. Quando se trata de servir a Deus com os seus bens, com os seus talentos, a coisa se complica. Pensemos, irmãos: Como alguém que é um servo do Senhor pode esconder na terra aquilo que Deus deu para que o nome Dele seja glorificado? Como o servo pode servir assim? Escondendo, guardando aquilo que é para ser usado?

Versículo 26 diz: “Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros". Em outras palavras, meus irmãos, como é que eu posso viver negligenciando aquilo que Deus me deu? Antes eu deveria entregar para aos que gerenciam corretamente, aos que sabem fazer negócio (“Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros”).

Podemos chegar ao ponto de dizer: “Irmão, eu não sei qual é o meu dom... Não sei... Se Deus me deu um dom especial, eu não sei qual é.” E eu lhe pergunto: O que você faz da sua vida para a glória de Deus? Como você tem glorificado a Deus com a sua vida? Que serviço você presta a Deus? Qual a motivação que você tem para o trabalho na seara do Senhor? Onde você está servindo ao seu Senhor?... Seria o caso de se responder: “Eu realmente não faço nada, mas eu visito os irmãos, visito doentes nos hospitais... eu não sou grande coisa, mas quando tenho oportunidade entrego um folheto, quando sou chamado a fazer uma visita eu vou, quando posso falar do amor de Jesus a alguém eu falo... mas eu não sei se o sirvo”... Esse irmão pode não saber, mas Deus sabe, porque o Senhor está atento a todas as coisas; e Ele sabe qual é o servo que lhe serve, e qual o que não lhe serve.

Versículo 28: “Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos”. Jesus diz que, aquele que possuía um talento, e se negou a servir ao seu senhor, dele foi tirado o que tinha; e dado ao servo que possuía dez talentos. Em outras palavras, o que o Senhor diz é que, aquele homem nunca foi um servo. Por algum momento ele parecia ser um servo, um talento estava com ele para a glória de Deus, mas ele nunca foi um servo. Se nós olharmos, neste momento, em todo o mundo, os homens deveriam glorificar a Deus com suas vidas. Mas eles encaram o Senhor como mau, e não merecedor de ser glorificado. Uma coisa que o mundo quer é que essa forma de ignorância, a religião, seja tirada do seu meio, para que assim ele seja melhor. Por isso, querem melhor o mundo acabando com a fé que algumas pessoas têm. Mas se procurarmos vislumbrar o bem que eles dizem fazer à humanidade, não veremos nada.

A Palavra de Deus diz: “Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros”. Onde estão, meus irmãos, os servos do Senhor com os seus talentos? Onde eles estão usando os seus talentos? Os quais deveriam ser usados para a glória de Deus?

Em João, capítulo 15.8, diz: “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos”. O Senhor Jesus Cristo diz que o Pai é glorificado na medida em que nossas vidas dão frutos para a glória de Deus. Na medida em que nossas vidas dão louvor e honra ao nosso Deus.

Em Hebreus 13.13-14, diz: “Saiamos, pois, a ele fora do arraial, levando o seu vitupério. Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura”. Algumas pessoas estão vivendo aqui, como um fim, como se a suas vidas fossem apenas terrenas. Vivendo para si mesmas, somente para este mundo, e o talento que Deus lhes deu para a Sua glória está enterrado em algum lugar, está debaixo de um móvel, encostado num canto. Os irmãos não fazem conta da quantidade de professores que poderiam ensinar as crianças. Os irmãos não sabem de quantos grandes mestres têm os talentos enterrados; e outros, por causa do que desejam e almejam ganhar para as suas vidas, esqueceram-se de toda a teologia que a Bíblia ensinou-lhes, e passaram a ministrar o que agrada às pessoas e ao mundo. Sabe por que, irmãos? Porque algumas pessoas se ofendem com a Palavra, como a própria Palavra diz. Muitas vezes a Palavra é ofensiva, embora nós não devamos sê-lo. Muitas vezes a Palavra choca, embora não devamos chocar. E se quisermos agradar aos homens, não agradaremos a Deus. E, infelizmente, é exatamente isso o que elas empenham-se em fazer, enterrando o talento do Senhor, vivendo apenas e tão somente suas próprias vidas. Fico pensando como seria entregar o tesouro, o ouro ao bandido... Mas porque não usá-lo a serviço do Rei? Seja lavando os pratos, passando a roupa, varrendo a casa daquele que serve? Já que não sou capaz, nem competente para fazer a obra do Senhor, então, lavarei a roupa do irmão, cozinharei para ele, e assim contribuirei para que o nome de Deus seja exaltado. Porque ainda que o Senhor nos dê algo simples a fazer, Ele será glorificado com a nossa fidelidade, na simplicidade.

Meu irmão, minha irmã, se você recebeu do Senhor um chamado para o ministério, não enterre o seu talento, use-o para a glória de Deus, servindo-O; porque ainda que Ele tarde, certamente, Ele virá.

Porque assim diz o Senhor: “Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor”.

Amém!

Sermão pregado no T.B.B.

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Deus limpará toda a lágrima [Pregação sobre Salmo 30:1-5]



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"1. EXALTAR-TE-EI, ó Senhor, porque tu me exaltaste; e não fizeste com que meus inimigos se alegrassem sobre mim. 2. Senhor meu Deus, clamei a ti, e tu me saraste. 3. Senhor, fizeste subir a minha alma da sepultura; conservaste-me a vida para que não descesse ao abismo. 4. Cantai ao Senhor, vós que sois seus santos, e celebrai a memória da sua santidade. 5. Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã."
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Jorge F. Isah


Primeiramente, queria dizer que este Salmo é um clamor e um agradecimento que, ao mesmo tempo, o Rei Davi faz a Deus.

Davi louva o Senhor, pois, mais uma vez, ele o havia livrado dos seus inimigos. Davi era o rei de Israel; mas antes, foi alvo do ódio de Saul que o perseguiu e intentou a sua morte. Tenho para comigo que durante o reinado de Saul, ele não se preocupou nem mesmo com o seu povo, nem em servir a Deus, mas exclusivamente ele tinha o objetivo maligno de destruir Davi; como um feroz inimigo daquele que o próprio Deus chamou de um homem segundo o seu coração [1Sm 13.14].

Deus se alegrava em Davi, o qual executou toda a sua vontade. E quem ouviu isso da boca do profeta Samuel? Saul. Naquele momento, ele soube que havia sido rejeitado por Deus, porque não guardou o que o Senhor havia lhe ordenado. Saul soube que Davi era amado do Senhor, e de que ele e o seu reino não subsistiriam. Daí em diante, Saul não mais seguia o Senhor, e não cumpriu as suas palavras, ao ponto em que Deus diz se arrepender de tê-lo posto como rei [1Sm 15.11]. Perseguir Davi não foi o pior pecado de Saul. O pior pecado de Saul foi a desobediência, o desprezar constantemente os mandamentos de Deus, entregando-se ao estado de permanente rebeldia a ele. Por isso ele perseguiu Davi enquanto teve vida; e não soube reinar conforme os mandamentos divinos.

Davi, portanto, era um homem acostumado ao perigo. Mesmo entre os do seu povo, e mesmo entre os da sua própria carne. Davi foi perseguido, traído e desejaram e maquinaram a sua morte. Era um homem de dores. Não como o Senhor Jesus, mas um tipo do Senhor Jesus nesse aspecto. Interessante que, como àquela época, ele hoje é desprezado por muitos irmãos! Temos uma tolerância absurda e desproporcional para com os ímpios, para conosco mesmo, com os nossos pecados, mas em se tratando de Davi e, também, de Pedro, por exemplo, somos intolerantes... O que vem à nossa mente é sempre o adultério do rei com Bate-seba, e a traição do apóstolo para com o Senhor, momentos antes da Crucificação.

Esperamos que eles fossem super-homens, quando nos assemelhamos a sub-homens em relação a eles. Nem Davi, nem Pedro, ou qualquer outro homem foi alguma coisa por seus próprios méritos. Como um instrumento inútil, eles foram feitos úteis pelo poder de Deus. Assim como nós, não fizeram nada além do que lhes era devido fazer, contudo, muito, mas muito mais do que fazemos. Esquecemo-nos de que ambos foram poderosos nas mãos de Deus; de como Deus os escolheu para obras grandiosas, para feitos que resultassem no louvor e glória do seu nome. Deus os usou como nenhum de nós jamais será usado. E por isso, Deus os exaltou em Cristo.

Por outro lado, eles também sofreram na carne o que jamais sofreremos; e souberam, mesmo nas tribulações, nas lutas, na injustiça, permanecerem firmes e confiantes no Senhor, em uma fé inabalável de que Deus não somente os sustentaria, mas os ergueria caso caíssem; uma fé que muitos de nós, nos menores reveses da vida, colocamos em dúvida, perdemos a esperança, e nos entregamos à murmuração e ao desalento. Nos tornamos no pior tipo de ingrato, aquele que é incapaz de reconhecer todos os favores que lhe foi dado por Deus. Sem merecimento algum. Sem mover um dedo para alcançá-lo. Exclusivamente pela bondade e graça do nosso Senhor, quando a nossa recompensa, por aquilo que não fizemos e deixamos de fazer, seria a condenação e o inferno.

Cada um de nós deveria se espelhar no exemplo desse herói da fé, que a todo momento sabia que Deus era aquele que o livraria dos seus inimigos, e lhe daria a vitória sobre eles [v 1]. Quando Davi diz: "Exaltar-te-ei, ó Senhor, porque tu me exaltaste", podemos ter a ideia errada de que o louvor a Deus deve ser dado somente se recebemos algo de que queremos ou precisamos em troca. O fato é que Deus não é um negociador. Tudo o que recebemos é por sua graça, de tal forma que não há mérito algum no homem que obrigue a Deus dar uma resposta que atenda os desejos e anseios humanos. O que Davi está fazendo aqui é reconhecendo o favor de Deus, colocando-se na posição de favorecido, de alguém que recebeu uma graça, e que, por isso, como um agradecimento, uma forma de reconhecimento ao que Deus fez, ele o exalta.

Pedro nos alertou de que sem humilhação não seremos exaltados: "Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que ao seu tempo vos exalte" [1Pe 5.6]. Davi se humilhava diariamente diante do Senhor, reconhecendo a sua dependência, e por isso, Deus o exaltou diante dos seus inimigos, os quais eram também inimigos de Deus.

Por isso ele disse "clamei a ti, e tu me saraste" [v.2]; porque a cura da dor, da aflição, do temor, da angústia e de todos os males, somente pode vir do bom Deus. Hoje, esperamos por um alívio que venha de vários lugares. Esperamos na ciência, em terapias, nos prazeres, no poder, na diversão... de que sejamos capazes de curar a nós mesmos; mas esquecemos que apenas Deus pode curar nossas feridas. Novamente, Pedro nos diz: "Lançando sobre ele [Jesus] toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" [1Pe 5.7]; e o profeta nos garantiu:"Verdadeiramente ele tomou sobre si [Jesus Cristo] as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si" [Is 53.4]. Como o próprio Davi pode confirmar, ao dizer: "Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele o fará" [Sl 37.5]. Ele sabia, claramente, que no momento da angústia e da aflição, de uma enfermidade, de uma injustiça, apenas Deus poderia curá-lo; por isso, ele clamava pela misericórdia que somente podia vir do alto.

No verso seguinte, Davi nos revela o estado em que se encontrava, como que o de um morto. E não há como não nos lembrar do Senhor, que sofreu toda a sorte de injustiças e crueldades por amor de nós, sendo crucificado, morrendo, mas ressurgindo dos mortos, como o próprio Davi revelou, profeticamente, séculos antes, em outro Salmo: "Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção" [Sl 16.10].

O corpo de Davi, diferentemente do corpo do Senhor Jesus, viu a corrupção, mas a sua alma foi preservada para a vida por Deus, e assim como ele, também nós não veremos a morte, pois Cristo garantiu: "Na verdade, na verdade, vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida" [Jo 5.24].

Ainda que Davi esteja falando aqui sobre as aflições da vida, nas quais ele se via como um morto, dado o grau de opressão sobre a sua alma, o fato é que somente Deus pode nos livrar delas.

Então, ele conclama todos os santos, todos os irmãos, a cantar e louvar o Senhor, não por ter lhe dado um escape momentâneo, por ter solucionado um problema circunstancial, mas como forma de gratidão pela maneira como Deus cuida e concede ao seu povo o seu favor gracioso em toda a vida. Como está escrito:"E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" [Rm 8.28]. Ou seja, a vida que o Senhor nos dá é suprida em todos os mínimos e mais imperceptíveis detalhes pela sua providência e graça.

Então, somos presenteados com versos da mais rara beleza: "Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida" [v. 5]. Que realidade fantástica o salmista nos revela aqui. Primeiro, de que somos merecedores da ira divina. Pela desobediência e transgressões, estávamos debaixo da ira de Deus. Estávamos mortos em ofensas e pecados, segundo o curso deste mundo, e éramos por natureza filhos da ira [Ef 2.1-3]. Mas graças a Deus que nos vivificou em Cristo, por sua misericórdia e o seu muito amor com que nos amou [Ef 2.4-5].

E o salmista continua: "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã". O que pode ser o choro? Pode ser momentâneo, uma dor passageira, algo mesmo que não traga cicatrizes, nem marcas em nossas vidas. Mas pode durar uma vida inteira, anos e anos e mais anos em dores. O choro pode durar até a nossa morte; pode percorrer toda a vida do crente. Pode ser tão duro de suportar que somente Deus para nos manter com vida, quando o desejo é a morte iminente e o alívio da dor. O choro pode nos fazer sofrer, mesmo que seja através de uma lembrança. Mas ainda que o alívio não venha nesta vida, temos a promessa de que ele virá, enfim, na eternidade. É o que João ouviu: "E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas" [Ap 21.3-4]. Estejamos certos, meus irmãos, de que Cristo faz novas todas as coisas, porque, como ele mesmo nos diz: "Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" [Jo 16.33].

O fato é que, todo este Salmo é um louvor a Deus; Davi nos revela como devemos ser gratos, como devemos nos entregar à adoração, bendizendo o nome do bom Deus, porque ele é bom, e sua misericórdia não tem fim. Como filhos, devemos honrar o nosso Pai. Como filhos, devemos obedecê-lo. Como filhos, devemos reverenciá-lo. Andando em temor e tremor, porque também a sua justiça é certa. Graças a Deus por ter-nos tirado do lamaçal do pecado, e ter feito de Cristo, seu Filho Amado, a nossa justiça. Por isso, cada um de nós, irmãos, louvemos e glorifiquemos a Deus, levantando mãos santas, corações contristados, e lábios puros em agradecimento por tudo quanto o Senhor tem feito, e tem nos dado.
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Notas: 1) Pregado em 25.05.2011
2) Esta é a minha primeira pregação; e agradeço a Deus pelo privilégio de poder meditar, juntamente com os irmãos da minha igreja, em sua santa e bendita palavra.
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