Jorge F. Isah
INTRODUÇÃO
- Em nossa última meditação e exposição sobre este Salmo, vamos analisar mais alguns aspectos da promessa divina expressa nos últimos dois versos.
- Em meio a tantas promessas, nas quais Deus nos assegura que protegerá, sustentará, fortalecerá e, providentemente, nos guiará em seus santos caminhos, ouvirem de sua boca uma derradeira declaração de amor e zelo para com o seu povo, a qual nos encherá da mais vida esperança.
- Vamos pensar, um pouco mais, sobre a suficiência de Deus na vida do crente, e os aspectos eternos da relação do Deus eterno com o seu povo eternamente escolhido para ser seu.
DEUS SEMPRE RESPONDE
- Deus promete que nos responderá. É um fato! Mas como se dá essa resposta? Será no sentido dele sempre atender às nossas demandas, conforme a nossa vontade?
- Ou a resposta divina vai muito mais além do que o nosso imediatismo e veleidade (vontade inútil, imperfeita) nos leva a invocá-lo?
- Sabemos que a vontade divina, seus atos, e, também, suas respostas, são santas, Justas, perfeitas e eternas, enquanto, inúmeras vezes, queremos apenas que Deus se conforme à nossa vontade, que ele as satisfaça, cuja volição sempre está contaminada (ainda que em porções mínimas) pelo pecado.
- Portanto, sendo Deus perfeito, soberano sobre todas as coisas e sobre todos, ele não se sujeitará as suas criaturas; não se sujeitará à imperfeição, muito menos aos nossos pedidos carnais, transitórios e egoístas.
- Com isso, não estou dizendo que o crente não pode pedir e invocá-lo para coisas justas e santas. Não é isto. Porém, certamente, se o nosso pedido não estiver em sintonia com a vontade divina não passará de um mero veículo para os nossos prazeres imperfeitos e viciosos.
- Por que o Senhor deveria satisfazer-nos em algo que está distante dele, o qual abomina e nos escraviza, impedindo-nos de reconhecer, apenas nele, a suficiência da vida?
- Bem, a resposta divina nem sempre estará em harmonia e conformidade com a nossa vontade ou pedido; ou seja, a resposta nem sempre será nos nossos termos, mas nos termos divinos.
- A promessa é de que ele responderá, revelando-nos não ser ele “um deus” passive, distante ou indiferente ao clamor do seu povo.
- Contudo, antes de ouvirmos a sua resposta é necessário pedir, suplicar, invocá-lo.
- Qual o significado de “invocar”? Ela se apresenta como um chamado, um pedido de auxílio, de proteção, uma súplica, um rogo.
- Invocar a Deus é chamá-lo em nosso auxilio; é um pedido de socorro.
- Esse pedido pode ser de qualquer coisa ou nível.
- A garantia é a de que Deus não fará “ouvidos moucos”, ou ficará surdo ao nosso clamor.
- Entretanto, não há a garantia de que a resposta será conforme o pedido, porque o Senhor vê muito além da mera transitoriedade.
- Em 2 Co 12.7-9, lemos:
- Em nossa última meditação e exposição sobre este Salmo, vamos analisar mais alguns aspectos da promessa divina expressa nos últimos dois versos.
- Em meio a tantas promessas, nas quais Deus nos assegura que protegerá, sustentará, fortalecerá e, providentemente, nos guiará em seus santos caminhos, ouvirem de sua boca uma derradeira declaração de amor e zelo para com o seu povo, a qual nos encherá da mais vida esperança.
- Vamos pensar, um pouco mais, sobre a suficiência de Deus na vida do crente, e os aspectos eternos da relação do Deus eterno com o seu povo eternamente escolhido para ser seu.
DEUS SEMPRE RESPONDE
- Deus promete que nos responderá. É um fato! Mas como se dá essa resposta? Será no sentido dele sempre atender às nossas demandas, conforme a nossa vontade?
- Ou a resposta divina vai muito mais além do que o nosso imediatismo e veleidade (vontade inútil, imperfeita) nos leva a invocá-lo?
- Sabemos que a vontade divina, seus atos, e, também, suas respostas, são santas, Justas, perfeitas e eternas, enquanto, inúmeras vezes, queremos apenas que Deus se conforme à nossa vontade, que ele as satisfaça, cuja volição sempre está contaminada (ainda que em porções mínimas) pelo pecado.
- Portanto, sendo Deus perfeito, soberano sobre todas as coisas e sobre todos, ele não se sujeitará as suas criaturas; não se sujeitará à imperfeição, muito menos aos nossos pedidos carnais, transitórios e egoístas.
- Com isso, não estou dizendo que o crente não pode pedir e invocá-lo para coisas justas e santas. Não é isto. Porém, certamente, se o nosso pedido não estiver em sintonia com a vontade divina não passará de um mero veículo para os nossos prazeres imperfeitos e viciosos.
- Por que o Senhor deveria satisfazer-nos em algo que está distante dele, o qual abomina e nos escraviza, impedindo-nos de reconhecer, apenas nele, a suficiência da vida?
- Bem, a resposta divina nem sempre estará em harmonia e conformidade com a nossa vontade ou pedido; ou seja, a resposta nem sempre será nos nossos termos, mas nos termos divinos.
- A promessa é de que ele responderá, revelando-nos não ser ele “um deus” passive, distante ou indiferente ao clamor do seu povo.
- Contudo, antes de ouvirmos a sua resposta é necessário pedir, suplicar, invocá-lo.
- Qual o significado de “invocar”? Ela se apresenta como um chamado, um pedido de auxílio, de proteção, uma súplica, um rogo.
- Invocar a Deus é chamá-lo em nosso auxilio; é um pedido de socorro.
- Esse pedido pode ser de qualquer coisa ou nível.
- A garantia é a de que Deus não fará “ouvidos moucos”, ou ficará surdo ao nosso clamor.
- Entretanto, não há a garantia de que a resposta será conforme o pedido, porque o Senhor vê muito além da mera transitoriedade.
- Em 2 Co 12.7-9, lemos:
“E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar.
Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim.
E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo”.
Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim.
E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo”.
- Ora, podemos afirmar que Deus respondeu a Paulo? E Paulo foi atendido?
- Sim, para ambas as perguntas, ainda que Paulo não tenha conseguido aquilo que pediu, mas obteve algo muito maior e melhor.
- Houve um rogo, uma invocação: Paulo tinha um espinho na carne, algo que o afligia, o angustiava e incomodava. Por três vezes pediu a Deus para tirá-lo.
- Muitos afirmam ser uma doença (provavelmente a cegueira), o que parece mais provável do que a afirmação de outros de que era um pecado.
- A resposta do Senhor foi tirar-lhe o espinho? Não. Qual foi então?
- Ele disse: A minha graça te basta!
- A sua resposta não foi conforme o pedido do apóstolo. Ele queria se ver livre do que o afligia, mas Deus tinha por propósito revelar-lhe que, mesmo no sofrimento e na dor, Paulo deveria se satisfazer apenas no Senhor, em confiança, em fé, em esperança.
- E essa é a sua resposta: por mais que os dissabores desta vida nos cerquem, nas horas mais densas, negras e terríveis, onde supomos estar abandonados, entregues à própria sorte, Deus estará conosco, acalmando-nos o coração, trazendo-nos paz!
- Ao dizer: “minha graça te basta”, ele estava dizendo a Paulo: satisfaça-se em mim, e nada te faltará, pois nada é mais necessário para a sua satisfação e felicidade do que eu.
NÃO OS ABANDONAREI
- Por isso, Deus disse, também: “estarei com ele na angústia; dela o retirarei, e o glorificarei”.
- Parece cada vez mais difícil, mesmo entre os cristãos, nos dias de hoje, entender as coisas além deste mundo. As pessoas estão tão envolvidas consigo mesmas, com as coisas transitórias e temporais, que se esquecem das eternas, e do Deus eterno.
- Somos imediatistas, e vislumbramos quase sempre apenas os nossos umbigos ou a ponta do nariz.
- Tudo tem de ser feito hoje, agora, e não podemos esperar, ter paciência, aguardar no Senhor. Como crianças mimadas se não recebemos o que queremos, damos os “chiliques”, nos desesperamos, ainda que seja apenas uma histeria interior.
- Murmuramos e jogamos a culpa nos outros ou em Deus, por nossos dissabores, pela aflição e sofrimentos que têm como causa a nossa inimizade ou desobediência ao Senhor.
- No entanto, Deus nos dá uma garantia, e a certeza de que a cumprirá: estarei com você!
- Mesmo que a situação descambe para o desagradável, para o sofrimento, para a dor máxima: Deus nos responderá e estará conosco!
- E sua resposta pode ser atendendo ao nosso clamor ou, como no caso de Paulo, revelar-nos que somos suficientes nele, seja na morte ou na vida, na alegria ou na dor, no conforto ou na miséria.
- Não queremos ouvir isso, mas isso em si mesmo, deveria ser suficiente para nos satisfazer e alegrar.
ELE NOS GLORIFICARÁ
- Assim como o apóstolo se gloriou em suas fraquezas, para que o poder transformador e consolador de Cristo habitasse nele, assim o salmista tem a certeza de que será glorificado, tal qual acontecerá conosco, também.
- Deus responde ao salmista e a nós!
- Ao retirar de nós a angústia, mesmo que o mal persista, Deus cumpre a promessa de não nos abandonar, de ser o nosso refúgio e fortaleza; para que depositemos em suas mãos a nossa vida, e buscarmos nele o nosso esconderijo.
TEREMOS LONGURA DE DIAS
- Em outra tradução, longura de dias, no verso, significa: “saciá-lo-ei com longevidade”
- Tanto longura como longevidade são características do que é longo. Aqui identificando que Deus dará longos dias, prolongando-os.
- Porém, nos leva a pensar: todo o crente viverá muitos anos? É isso?
- Bem, se analisarmos a vida do Senhor Jesus, neste mundo, ela não durou mais do que 33 anos. Cristo não estaria, então, fora da promessa divina?
- Por outro lado, à época de Cristo, a expectativa de vida de um homem era, em média, 30 anos. Se Abraão, Isaque e Jacó viveram próximos dos 100 anos, o mesmo não acontecia 2.000 anos depois. Hoje, alguém que morre aos 40 anos é considerado jovem, e sua morte prematura.
- Mas estaria Deus prometendo longevidade temporal? E como entender a morte de servos fiéis em tenra idade?
- Pois bem, a questão não pode ser de anos literais ou tomados ao pé-da-letra, mas o verso trata de dar um desfecho a todo o Salmo 91, o qual é, em um dos pontos mais fortemente destacados, a suficiência do crente em Deus e sua glória, e a consequente satisfação do crente.
- Um ímpio, ainda que viva 500 anos não estará satisfeito. Nem aos 10, 20, 40, e mesmo que viva para sempre. Não há nele o Espírito Santo, logo, não pode se satisfazer no Senhor.
- Ao contrário, o crente, que tem a sua vida posta nas mãos de Deus e nele confia, e espera, ainda que viva pouco, e mesmo de maneira aflitiva, sendo perseguido e em dores, considerará a sua vida suficiente, e estará satisfeito com ela.
- O suicídio é a prova de que nem mesmo a vida pode satisfazer o homem, a multidão de anos não o satisfaz a ponto dele ansiar a morte.
- Citar a vida de David Brainerd, como exemplo de um jovem que serviu ao Senhor e satisfez-se nele, mesmo na pouca vida de anos.
- A "longura” é um estado de existência em comunhão, a serviço, e escondido, abrigado, em Deus.
- Sendo Deus eterno, e tendo ele nos escolhido na eternidade, nossos dias são longos nele, e podemos dizer que estaremos nele, protegidos, para todo o sempre.
- A suficiência não está nos muitos anos em que contamos, neste mundo, mas na eternidade incontável; guardados e salvos naquele que é o Eterno, Bom e Gracioso Deus.
- Mostrando que nele, apenas nele, é possível ter vida longa, pois a morte não mais significa nada, porque estamos em Cristo, unidos eternamente, indissociáveis. Para sempre!
CONCLUSÃO
- Para terminar, Deus nos mostra a salvação. E ela não é outro senão Cristo.
- Nele está contido o nosso perdão, a regeneração de nossas almas, a glorificação e satisfação. Em Cristo, somos benditos do Pai, e estamos seguros.
- E o vislumbrar da salvação nos revela a longura de dias, os dias de plena satisfação, quando não mais haverá dor, angústia e aflição.