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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

ESBOÇO EM SALMOS 91.14: “A RIQUEZA DE DEUS PARA OS QUE O AMAM”



Jorge F. Isah






INTRODUÇÃO

- Estamos terminando a série de promessas divinas expressas no Salmo 91.

- Como já dissemos, este Salmo lindíssimo nos dá a garantia de estarmos seguros em Deus, de encontrarmos nele o esconderijo perfeito, de estarmos a salvos do mal e seu efeito devastador.

- Com isso, não se afirma a inexistência ou impossibilidade do mal nos afligir, mas ele jamais nos dominará ou subjugará, porque o Senhor é a nossa defesa e proteção.

- Proteção contra a morte definitiva e eterna, sem o temor que ela inflige sobre o homem natural; porque temos por certo não sucumbirmos ao seu terror e flagelo.

- Depois de tantas bênçãos enumeradas pelo salmista, há algumas advertências, ou melhor, condições para aquele que é o alvo das promessas esteja cada vez mais seguro e tranquilo quanto ao zelo e a segurança patrocinados pelo Senhor.

- Vamos a elas:


A PROTEÇÃO DIVINA NÃO É GERAL E IRRESTRITA

- Se compreendemos, como foi dito, que o cuidado divino não está sobre todos, mas sobre os eleitos, os alvos do seu amor eterno, o verso 14 nos apresenta uma condição para aqueles que estão debaixo da segurança de Deus: amá-lo encarecidamente!

- A palavra encarecidamente é o advérbio derivado da palavra “caro”, que significa “fazer sacrifício”, “pagar alto preço”, “esforçar” e algo “trabalhoso”.

- A ideia é de um amor sacrificial, no qual há uma renúncia voluntária, abnegação.

- Mas, qual seria esse esforço ou sacrifício?

- Primeiro, deve-se compreender que o homem, naturalmente, não ama a Deus.

- O Senhor Jesus disse, em João 14.21:

“Aquele que tem os meus mandamentos e obedece a eles, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e Eu também o amarei e me revelarei a ele”.

- O homem natural não ama a Deus porque não o obedece, antes está em constante e duradouro estado de rebelião, de insubordinação, ao Senhor. Se não o obedece, nem o conhece, como pode amá-lo? Como amar um desconhecido? Como amar sem desejar agradá-lo? Sem ser grato pelo seu infinito e eterno amor?

- Somente o amamos porque ele nos amou primeiro, mas, teremos que reconhecer o seu amor, prová-lo, senti-lo, para depois ele ser gerado em nós.

- Por isso o apóstolo nos diz em 1 João 4.19:

“Nós amamos porque Ele nos amou primeiro”.

- Enquanto não formos chamados por Deus, tivermos nossos olhos abertos, a mente transformada e o espírito regenerado, a hipótese de amá-lo será tão impossível quanto alcançar a Lua com as nossas mãos.

- É preciso que o homem morto em seus delitos e pecados seja vivificado pelo Espírito Santo (Ef 2.1-2).

- Então, reconhecendo quem é Deus, quem somos, e o que ele fez por nós, podemos, enfim, amá-lo.

- Mas, para isso, é necessário um sacrifício. Logo, voltamos a pergunta inicial, qual seria esse sacríficio?


O SACRIFÍCIO PARA AMAR A DEUS

- Até agora a atuação humana parece limitada a reconhecer tudo aquilo que Deus fez por ele e, por gratidão, o homem espiritual o aceita, de forma que não havia como não aceitar. O amor divino é tão imensamente belo, generoso, gracioso, que somente a consciência completamente depravada e aniquilada pelo pecado não reconheceria.

- Porém, o “encarecidamente” nos dá a ideia de um esforço. O que podemos fazer por Deus que ele não tenha feito por nós?

- São duas perguntas, mas a resposta vem em uma única sentença: negamos a nós mesmos; negamos o velho homem; e queremos, ansiamos, e desejamos ser como Cristo.

- Ora, Cristo é o Filho eternamente obediente ao Pai. Em seu ministério terreno, fez exatamente a sua vontade, sem que houvesse um mísero Segundo no qual o desobedeceu.

- Expressamente é o que ele diz em João 6:38-39:

“Pois Eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade do Pai, o qual me enviou: que Eu não perca nenhum de todos os que Ele me deu, mas que Eu os ressuscite no último dia”.

- O eleito, o homem regenerado, crucificará o velho homem:

“De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?
Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?
De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição;
Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado".
(Romanos 6:2-6)

- Paulo declara, em Galatas 2.20, aquilo que acontecerá com todos os crentes; uma experiência a qual ele já vivia, a seu tempo:

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.”

- Portanto, apenas aqueles que estão crucificados em Cristo e mortos para si mesmos, são livres, libertos, do mal e da sua ação destruidora.


CONCLUSÃO: NADA DE MAL ACONTECERÁ ÀQUELE QUE AMA A DEUS

- O mal existe, é um fato. Como já foi dito, ele é a ausência do bem, ou seja, onde não há amor e reverência a Deus, o mal age livremente, escravizando e aniquilando vidas.

- A promessa é de que estarmos livres, preservados do mal, envoltos no amor protetor, na segurança perene com a qual o Senhor reservou cuidado para aqueles que ama.

- Se o amamos, é porque ele nos ama; e amando-o, guardaremos os seus mandamentos.

- Desejamos ser como o nosso Senhor Jesus, o qual, vivendo neste mundo, não se sujeitou ao pecado, antes serviu completamente ao Pai em seu amor obediente e servil.

- Por amá-lo encarecidamente, estaremos seguros no alto retiro, na Fortaleza inabalável, no rochedo indestrutível que o é o nosso Deus.

- Para concluir, um verso escrito pela pena do apóstolo Paulo:

“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.”
(Romanos 8:28)

- E esta é a nossa certeza e esperança: sabemos que o Bem Supremo cuida de nós, e nenhum mal, ou pecado, terá domínio ou controle sobre nossas vidas.

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