Jorge F. Isah
1) Sabemos que o Senhor ouve orações.
- Há vários relatos bíblicos mostrando o clamor dos servos ao Senhor, e a sua resposta atendendo-as.
- O Salmos 94.9 diz: “Aquele que fez o ouvido não ouvirá?”
- Sim, é claro que o Senhor ouve!
2) Como ilustração, citarei alguns exemplos similares ao de Zacarias e Isabel, sobre promessas cumpridas. Leiam os textos indicados!
- Abrão e Sara, em Gênesis 18:9-14
- Isaque e Rebecca, em Gênesis 25:20-21
- Ana, em 1 Samuel 1:10-11, 17 -20.
- Agora temos o relato de Lucas acerca de Zacarias: Lucas 1:11-13
- Estes homens e mulheres clamaram ao Senhor insistentemente, como os casos de Isaque, Ana e Zacarias. Abraão já estava conformado em deixar os seus bens para um herdeiro nascido em sua casa, seu servo e mordomo Eliezer (Gn 15:2-4) .
Por que estou fazendo essas comparações e distinções?
3) Existem estudos que apontam para a não insistência na oração. Dizem que devemos pedir a Deus apenas uma vez e confiar que ele ouviu e nos atenderá. Não devemos “molestar” o Senhor com súplicas repetitivas, incomodando-o.
- Outros apelam para o poder da fé, no sentido em que, se nos investirmos da autoridade de Cristo (que nos é imputada), “determinando” que tal coisa aconteça, e não vacilarmos, todos os nossos pedidos serão atendidos (mesmo aqueles gastos com os nossos prazeres e deleite).
- Outros mais, se rebelam à menor contrariedade, amaldiçoando e imputando a Deus a não realização do desejo, como se ele fosse um “gênio da lâmpada” e o evangelho “a lâmpada”, que esfregada obriga o gênio a realizar não apenas três, mas todos os desejos “ordenados” (o significado de determinar é o mesmo de ordenar, não somente pôr em ordem, mas instituir, estabelecer, decretar. Esta é uma prerrogativa divina, e jamais as criaturas, ainda que filhos e filhas, possam reconhecer como seu atributo).
- E existem, ainda aqueles, que sequer creem no que oram, e não acreditam que o Deus pessoal está a ouvi-los.
- Voltando aos textos sagrados, eles nos mostram a perseverança de alguns quanto ao pedido de oração, em clamar a Deus repetidas vezes pelo mesmo desejo. Mas também da simples disposição divina em atender-lhes, mesmo não pedindo algo específico, como o caso de Abraão.
- Caminhemos mais um pouco...
4) Tiago, por outro lado, nos diz que se pedir sem fé não receberemos o que pedimos (Tg 1.5-8).
- Seria fé a certeza do que pedir, e de que Deus o atenderá? Ou a fé na certeza de que Deus está ouvindo? E o responderá positiva ou negativamente? Já que, para nós cristãos, o pedido não atendido é também resposta do Senhor para algo que não está em conformidade com a sua soberana vontade.
(Pensamento dobre: uma hora quer uma coisa, outra hora quer outra, não sabe ao certo o que quer ou pedir. Seria isso? Ou as dúvidas quanto o ouvir de Deus ao pedido?)
5) Por mais que se apontem “formas” para uma oração ser atendida, um tipo de oração bíblica, o fato é que Deus não age conforme os ideais e limites impostos pelo homem, mas sem sua infinitude e perfeição e sabedoria segundo o seu santo conselho.
6) Paulo, por exemplo, pediu três vezes que Deus tirasse o espinho da sua carne. – 2 Co 12.8
- O que disse o Senhor ao apóstolo? “A minha graça basta!”
- O suficiente para trazer paz a Paulo, porque a graça é tudo o que o cristão necessita em sua totalidade. Foi assim com os patriarcas, profetas, apóstolos e cristãos em todos os tempos e lugares.
- A aflição e inimizade do mundo para com os crentes é muito mais viva e real do que os favores ou benefícios que porventura nos dê. O sofrimento, por amor de Cristo e o evangelho, é a regra entre os cristãos. A exceção seria o reconhecimento e o favor do mundo.
7) A oração antes de ser uma petição é intimidade com Deus, revelando a nossa dependência e sujeição a ele, e submissão à sua vontade.
- Deus sempre responderá às nossas petições, quer positiva ou negativamente. Atendendo ao pedido ou não, Deus está sempre a nos ouvir, e agirá segundo o seu santo conselho.
- Ao não nos atender é sinal de que Deus não se compadece de nós? Nos abandonou? Deu-nos as costas? Certamente, não!
8) Vejamos o exemplo de Jó, homem reto e justo, ao ponto de aguçar a ira de Satanás, que pediu a Deus permissão para molestá-lo, de maneira terrível; primeiro tirando-lhe os bens e os servos, depois a casa e os filhos, por fim, a sua saúde.
- Qual foi a sua resposta? Praguejar, insultar, amaldiçoar a Deus? Não: “Então Jó se levantou e rasgou o seu manto, e raspou a sua cabeça, e prostrou-se em terra e adorou; e disse: Nu saí do útero de minha mãe, e nu retornarei para lá; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou. Abençoado seja o nome do Senhor. Em tudo isto Jó não pecou, nem culpou Deus de maneira tola.” ( Jó 1:20-22)
- Mas, o que fez a mulher de Jó? “Aconselhou-o” desgraçadamente: “Então disse a sua mulher a ele: Ainda reténs a tua integridade? Amaldiçoa a Deus, e morre. Mas ele lhe disse: Como costumam falar as mulheres tolas, hás falado tu. Se receberemos o bem da mão de Deus, não receberemos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios” (Jó 2:9-10)
9) Lembre-se do que o Senhor disse a Paulo, e que aquietou-o, e deu paz à sua alma:
“A minha graça lhe basta!”
- Oramos com essa certeza? Ou nos primeiras dificuldades nos sentimos injustiçados, desgraçados, sem graça?
10) Voltando a Lucas 1.18-20, mesmo o anjo aparecendo a Zacarias, ele duvidou e pediu-lhe provas.
- Mesmo tratando com um incrédulo, Deus atendeu o seu pedido, segundo o conselho do seu Espírito, dando-lhe o filho insistentemente clamado: João o Batista.
11) Então, que nos resta fazer?
- Fazer escolhas corretas e santas antes de orar, sabendo que o Senhor está ouvindo, confiantes nesta promessa. Depois, devemos orar, crer, esperar, e confiar que, qualquer que seja a decisão de Deus, ela será perfeita, santa e justa, pois contemplaremos a sua vontade.
- Não duvidemos, portanto, de que ele ouve, nem do seu poder em atender o nosso pedido, mas se não o temos atendido, não saímos a blasfemar ou insultá-lo, porque, como Paulo bem o experimentou, a graça do Senhor é bastante para nós, hoje e sempre!
Amém!
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