terça-feira, 20 de dezembro de 2011
domingo, 18 de dezembro de 2011
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Estudo sobre a Confissão de Fé Batista de 1689 - Aula 10: O Deus Revelado
Por Jorge Fernandes Isah
DEUS E A SANTÍSSIMA TRINDADE
1. O Senhor nosso Deus é somente um, o Deus vivo e verdadeiro, [1] cuja subsistência está em si mesmo e provém de si mesmo; [2] infinito em seu ser e perfeição, cuja essência por ninguém pode ser compreendida, senão por Ele mesmo. [3] Ele é um espírito puríssimo, [4] invisível, sem corpo, membros ou paixões; o único que possui imortalidade, habitando em luz inacessível, a qual nenhum homem é capaz de ver; [5] imutável, [6] imenso, [7] eterno, [8] incompreensível, todo-poderoso; [9] em tudo infinito, santíssimo, [10] sapientíssimo; completamente livre e absoluto, operando todas as coisas segundo o conselho da sua própria vontade, [11] que é justíssima e imutável, e para a sua própria glória; [12] amantíssimo, gracioso, misericordioso, longânimo; abundante em verdade e benignidade, perdoando a iniquidade, a transgressão e o pecado; o recompensador daqueles que o buscam diligentemente; [13] contudo justíssimo e terrível em seus julgamentos, [14] odiando todo pecado, [15] e que de modo nenhum inocentará o culpado. [16]
1 I Coríntios 8:4,6; Deuteronômio 6:4. 2 Jeremias 10:10; Isaías 48:12. 3 Êxodo 3:14. 4 João 4:24. 5 I Timóteo 1:17; Deuteronômio 4:15-16. 6 Malaquias 3:6. 7 I Reis 8:27; Jeremias 23:23. 8 Salmo 90:2. 9 Gênesis 17:1. 10 Isaías 6:3. 11 Salmo 115:3; Isaías 46:10. 12 Provérbios 16:4; Romanos 11:36. 13 Êxodo 34:6-7; Hebreus 11:6. 14 Neemias 9:32-33. 15 Salmo 5:5-6. 16 Êxodo 34:7; Naum 1:2-3.
INTRODUÇÃO
É possível vislumbrar em toda a história a necessidade de Deus. Em todas as culturas e sociedades, desde as mais remotas, até os nossos dias, sempre houve a ideia de Deus, de que há um Criador e um ser Todo-Poderoso. Acontece que com a Queda do homem, no Éden, o conhecimento de Deus foi-se perdendo, e muitos acabaram por corrompê-lo, criando para si e para outros um deus à sua própria imagem e semelhança.
O exemplo de Adão e Eva dá-nos essa ideia de que, a despeito do convívio com Deus, pouco dele os nossos pais naturais conheciam [pela própria incapacidade humana], de forma que o desobedeceram, numa tentativa tola de enganarem-no e a si mesmos; levando-os ao pecado e à separação, à morte física, mas também espiritual. Adão e Eva haviam formado, em suas mentes e corações, um "deus" que não era o Deus vivo e verdadeiro, mas um "deus" à sua semelhança, um deus facilmente manipulável e que atenderia aos seus interesses pessoais. Temos ali não apenas o primeiro pecado, a Queda, a separação entre Deus e os homens, mas também a primeira tentativa de se erigir um "outro" deus.
Deus, ao terminar a Criação, viu "tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom" [Gn 1.31]. Não temos a afirmação de que a criação era perfeita, pois apenas Deus é perfeito. Se Deus criasse algo perfeito, se autocriaria ou criaria algo idêntico a si mesmo. Portanto, dizer que a Criação era perfeita resulta em dizer que a perfeição pode decair para a imperfeição, que o perfeito pode se tornar imperfeito, e isso quer dizer, em última instância, que o próprio Deus poderia decair da sua condição. E ela teria de acontecer no tempo, visto ser impossível na eternidade onde tudo é imutável. O que o levaria a uma série de mudanças, mas sabemos que Deus não muda; de que ele é eterno, santo e reto. Perder a perfeição significaria perder todos os seus atributos, inclusive a infinitude, a sabedoria e a eternidade.
Se a criação fosse perfeita, se Adão e Eva eram perfeitos, não poderiam cair, nem mesmo por sua vontade, pois iriam contra a sua natureza perfeita. É por isso que Deus jamais deixará de ser Deus, pois ele é o "Eu Sou", e não pode deixar de ser o que é.
Mas a criação será discutida no Cap. 4 da CFB. Deixemos o assunto para mais tarde, e voltemos ao tema central deste capítulo.
A palavra Deus vem do latim "Deus", que quer dizer divindade, ser supremo, deidade, e é interessante que apenas o português, como uma língua neolatina, manteve a grafia original do latim com a terminação "us". No espanhol temos a forma "dios", no francês "dieu" e no italiano "dio". É apenas uma curiosidade.
O CONHECIMENTO INATO DE DEUS!
Muitos dizem crer em Deus, mesmo que não o glorifiquem e honrem-no. Porque o Senhor pode ser conhecido ou melhor, percebido de várias formas, seja através da Revelação Natural, a Criação; seja pela Imago Dei, a imagem de Deus que o homem caído ainda traz em si; e o Sensus Divinitatis, presente em cada homem, que é o conhecimento inato ou a disposição ao conhecimento de Deus inerente à mente humana, dada pelo próprio Deus. É o que Paulo nos diz: "Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu" [Rm 1.19-21]. O que temos aqui? Paulo está a dizer que todos os homens têm o senso divino em seus corações, que Deus se revelou a eles, e está posto neles que há o Deus Vivo e Verdadeiro, mas os homens se rebelaram e construíram para si outros deuses, transformando a verdade em mentira, honrando e servindo mais à criatura do que ao criador, "que é bendito eternamente" [Rm 1.25]. Ou ainda, em seu coração insensato, diz o néscio: "Não há Deus" [Sl 14.1]. A Bíblia usa o termo néscio para designar o ignorante, o estúpido, o tolo, não no sentido de que ele não conhece a Deus, mas no sentido de que ele não quer conhecer, não aceita conhecê-lo, despreza o seu próprio conhecimento.
Se analisarmos, todos, crentes ou não, inclusive os ateus, estão a discutir sobre Deus, de tal forma que se pode argumentar que nem mesmo esses últimos prescindem de Deus, a fim de se autoafirmarem deuses. Há o negar-se Deus para reafirmar o homem. Há o negar-se o conhecimento para se desconhecer. Há o negar-se a culpa para se viver impiamente. Há a não glorificação de Deus para se autogloriar na escuridão do coração insensato. Há o desprezo à sabedoria para o louvor da loucura. O salmista diz: "Pela altivez do seu rosto o ímpio não busca a Deus; todas as suas cogitações são que não há Deus" [Sl 10.4].
Entramos então na seguinte questão: qualquer sentença ou parecer sobre Deus pode levar o homem verdadeiramente ao seu conhecimento?
REVELAÇÃO NATURAL X REVELAÇÃO ESPECIAL
A Revelação Natural nos dá o conhecimento de Deus, relacionado ao seu poder e glória, de forma que a criação reflete toda a sua magnitude, domínio e soberania. O homem tem o conhecimento de que há o Criador, o Ser supremo pelo qual todas as coisas foram feitas, e que por ele são sustentadas. Qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, pode se aperceber da verdade de que Deus é o Senhor do universo, porque "no princípio criou Deus os céus e a terra" [Gn 1.1]. Por onde andamos, para onde olhamos, no que tocamos, está evidenciado que o mundo é o lugar onde Deus diz muito de si, a gritar a sua sabedoria e poder; a ordenar aos homens que o adorem; porque “os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos... não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz. A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até o fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol” [Sl 19.1,3-4].
De forma que os céus, a terra, e o homem, testificam que há um poder sobrenatural e absoluto, tanto no ato da criação como no da preservação de todo o universo, e que impressionam o mais cético dos homens, ainda que ele rejeite Deus e suponha, em sua mente caída, que a natureza se fez a si mesma, e de que o homem nada mais é do que o produto dessa ação aleatória, imprecisa e irracional.
Porém, a Revelação Natural não pode salvar, nem trazer ao homem um relacionamento com Deus. Ela é suficiente para condenar o homem, para revelar que Deus existe, e de que é o Criador e legislador do universo. Ao se rebelar, o homem rejeita todas as evidências que ela lhe apresenta: a origem divina do Cosmos e das leis que o ordenam; a origem divina da lei moral, cuja consciência é-lhe inerente e na qual não quer se submeter. Por isso, Paulo diz que o homem é inescusável diante de Deus, por não querer entendê-las nem vê-las [Rm 1.20].
Deus se revela na Criação, mas essa revelação não é capaz de levar o homem a vê-lo além do seu poder; pois outros atributos como o amor, bondade, misericórdia e graça somente podem ser conhecidos através da Revelação Especial. Assim, posso concluir esta parte com a seguinte afirmação: Deus revela através da natureza o seu poderio, mas o seu amor somente pode ser conhecido pela Palavra. E essa palavra é Cristo!
Logo, a C.F.B. é sábia em seu primeiro capítulo delinear e explicitar a doutrina das Sagradas Escrituras, pois são elas que revelarão Deus como ele é e quis ser conhecido dos homens, assim como sua obra e os atributos com os quais se comunica com o homem: graça, misericórdia, amor, zelo, fidelidade.
Temos então que a Escritura não procura "provar" Deus, mas a premissa da sua existência está presente em todo o seu escopo. A fé em Deus tem de ser bíblica, pois é ela que o revela verbalmente. Ou seja, ouvimos a própria voz divina dizer de si mesmo aquilo que quis que conhecêssemos. Como já disse anteriormente, não se é possível conhecer a Deus à parte da sua palavra, pois todo o conhecimento que ele quis que reconhecêssemos de si está delineado e foi-nos apresentado pela Revelação Especial, a qual é a Escritura Sagrada, e assim qualquer cosmovisão, mesmo a que se diz cristã, que prescinde ou abdica da Revelação Especial não é cristã, mas pseudocristã. Pois o conhecimento de Deus os levará também ao conhecimento da sua obra, da sua vontade, dos seus preceitos, e assim como tudo, a espiritualidade e a moralidade humanas somente podem ser verdadeiras e reais se baseadas na palavra do próprio Deus.
A diferença consiste em que a Revelação Natural nos revela o Ser de Deus e alguns dos seus atributos, sua onipotência, onipresença e onisciência, infinitude, eternidade, perfeição, sabedoria, e independência. A Criação nos revela todos esses atributos, que são chamados de "Atributos Incomunicáveis" de Deus, os quais não compartilha conosco. É o que foi dito pelo salmista: "Pois quem no céu se pode igualar ao Senhor? Quem entre os filhos dos poderosos pode ser semelhante ao Senhor?... Ó Senhor Deus dos Exércitos, quem é poderoso como tu, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti?" [Sl 89.6,8]. Deus se revela incomparável, único, supremo, transcendente [tocamos no assunto da transcendência na aula passada, mas provavelmente voltaremos a ele na próxima aula].
Já na Revelação Especial temos o Deus que se comunica com suas criaturas, que se relaciona com elas, e cujos atributos são chamados, por isso, de "comunicáveis". Como também já foi citado, eles são, dentre outros, manifestados aos homens através da sua graça, misericórdia, fidelidade, amor, santidade, justiça, bondade... Esse "lado" divino somente pode ser conhecido através da Escritura e somente por ela, não sendo possível por qualquer outra forma de revelação. E ela é verdadeira e real exatamente porque o próprio Deus no-la revelou. Agora, devemos ter sempre em mente que mesmo a Revelação Especial é limitada ao homem, tendo-se em vista que Deus é infinito, e, como seres finitos, é-nos impossível conhecer plenamente o Ser infinito. Mas o importante é que, naquilo em que ele quis se revelar, ele o fez através da sua palavra. E somente por ele é-nos possível conhecê-lo em tudo o que se nos deu dar.
Ressalto ainda que todo o conhecimento de Deus é possível a partir do novo-nascimento, da regeneração da alma e do espírito humano, de forma que os pressupostos antes "anti-Deus" passem a ser dirigidos ao estudo e compreensão da sua natureza, obra e vontade.
Por hora, é isso.
Nota: 1- O áudio da aula pode ser baixado para seu computador, Ipad ou Tablet e mp3 clicando em Aula 10.MP3
3- Resumo da aula realizada no dia 27.11.2011, na E.B.D. do Tabernáculo Batista Bíblico
domingo, 11 de dezembro de 2011
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Confissão de Fé Batista de 1689 - Aula 9: A ideologia e a Crítica Textual unidas contra a autoridade da Bíblia

Por Jorge Fernandes Isah
UM ESCLARECIMENTO
A partir desta postagem, sempre que possível, colocarei o áudio da aula na E.B.D., como complemento ao texto, visto que, normalmente, o teor da aula nunca é idêntico ao do texto. Talvez pela inexperiência, falta de memória ou rigor metodológico, quase sempre os esboços e resumos que faço para apresentar na sala acabam por serem negligenciados, e nem todos os pontos previamente elaborados são abordados, e outros que sequer eu havia pensado são apontados e discutidos.
Por isso, já que depois de várias tentativas não consegui mudar o rumo do processo, decidi-me pela gravação do áudio e em publicá-lo juntamente com o texto. Creio que será de proveito tanto a leitura como a audição; mas as eventuais falhas detectadas devem ser apontadas a fim de serem corrigidas. Sugestões e críticas serão bem vindas, também.
Abraços.
Cristo o [a] abençoe!
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sábado, 3 de dezembro de 2011
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
sábado, 26 de novembro de 2011
Estudo sobre a Confissão de Fé Batista de 1689 - Aula 8: Autoridade da Escritura

Por Jorge Fernandes Isah
10. O juiz supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas devem ser resolvidas e todos os decretos e concílios, todas as opiniões de escritores antigos e doutrinas de homens devem ser examinadas, e os espíritos provados, não pode ser outro senão a Sagrada Escritura entregue pelo Espírito Santo. Nossa fé recorrerá à Escritura para a decisão final.21
21 Mateus 22:29,31-32; Efésios 2:20; Atos 28:23.INTRODUÇÃO
Basicamente, temos no item 10 um resumo de toda a doutrina das Sagradas Escrituras, a qual foi estudada até o presente momento. De forma que a tendência geral entre os cristãos [e o que dirá entre os incrédulos] de limitar a autoridade e atuação da Bíblia encontra-se na classificação de soberba e arrogância intelectual do homem. Afinal de contas, pergunto: quem pode se autoinvestir ou receber a investidura de juiz da Escritura? A ponto de demarcar ou estabelecer os limites de sua autoridade e o campo de sua atuação como palavra de Deus? Ora, o que temos é uma tentativa humana de se colocar em uma categoria superior, em uma posição que jamais lhe foi dada e que ele tenta usurpar em seu constante desejo de subverter a ordem e estabelecer o reino do caos, onde os princípios podem ser subjetivados ao bel-prazer individual.
Como já disse, isso tem nome: pecado! E tentar desculpar-se com qualquer pretexto, seja o da tradição eclesiástica, da autoridade acadêmica e científica, da contextualização, ou da sua expressão como ideia restritivamente pessoal [subjetivação] não passará de velhacaria, de se autoenganar e não reconhecer a verdade.
Muitos perguntarão: qual verdade? E a própria pergunta é sofismática, uma armadilha, um raciocínio capcioso em que o perguntador já se encontra preso ao embuste e sem vontade de se libertar, pelo contrário, quer perpetuá-lo na mente alheia, e torná-la tal qual a sua uma escrava da aparente verdade. Para ele, não há a verdade, além da própria verdade: não há verdade! A sua mente diz haver algo, enquanto a sua boca diz não haver. É um blefe no qual não se tem a noção do que é real e irreal, apenas um conceito infundado e repetido exaustivamente até se estabelecer como crença na mente supersticiosa, da mesma forma que um jogador acredita possível tirar uma carta inexistente da manga salvadora, mas o jogo já está perdido na ilusão de que a sua autocontradição e incoerência também não sejam verdadeiras.
Para nós há apenas uma verdade: Deus e sua palavra, de forma que não é possível Deus se desvincular da sua palavra, nem ela se dissociar dele. Há uma unidade, uma coesão, somente possível através da perfeição, da santidade, eternidade e poder que existem entre neles. A autoridade da Escritura não deriva do homem, nem de nenhum elemento da criação, pois ela não é temporal, nem pode ser enquadrada nos aspectos da criação.
O ato de se transmiti-la, pela inspiração dos autores secundários, pela narrativa desses autores, pelo forma de participá-la aos homens, seja oral ou escrita, é algo mediático, que se transpõe no tempo, em formas humanas de comunicação, mas nada pode nos levar a crer que ela se originou pelos meios, pois eles são exatamente isso: formas pelas quais a mensagem divina se fez conhecida dos homens.
A palavra é eterna, como a Bíblia o afirma categoricamente. A palavra é a construção na mente de Deus; de maneira que assim é-se possível conhecê-lo e à sua vontade. Se desta forma ela não fosse, como alguém poderia dizer que conhece a Deus? E conhece a sua vontade? Baseado em quê? Por isso, qualquer afirmação que tenha o objetivo de diminuir ou limitar a autoridade da Escritura, anulará fatalmente o conhecimento de Deus, revelando a completa ignorância do homem diante do Ser, o que é a criação, e qual a obra o Senhor veio realizar. A descrença na Escritura levará à descrença em Deus e à criação de ídolos, na forma de deuses à imagem e semelhança do homem.
A AUTORIDADE DA ESCRITURA
Portanto, a autoridade da Escritura não tem como base o homem ou os meios pelos quais ela se transmite, mas encontra-se centrada na sua autoria divina. Em outras palavras, a Bíblia é autoritativa porque ela tem como autor primário o Espírito Santo, não sendo produto humano. O problema é que em muitos segmentos cristãos, mesmo entre pretensos ortodoxos, reformados e cristãos bíblicos, existe a falsa ideia de que a Escritura não é a verdade, mas ela contém a verdade, ou seja, é o meio pelo qual "alguma" verdade é transmitida ao homem.
Na maioria das conversas com "cristãos" o que mais se encontram são pessoas negando a veracidade dos fatos relatados na Bíblia; a negação da sua mensagem assim como Deus nos entregou; e mesmo a supressão de trechos inteiros, de passagens inteiras, de livros inteiros e até de testamentos inteiros como consequência da rejeição humana à verdade. E isso, já vimos, é heresia, e não é algo novo, mas se repete insistentemente desde o princípio, quando Adão rejeitou a verdade e abraçou o pecado, dando as costas para a revelação divina e, por conseguinte, dando as costas para si mesmo e a vida. O resultado foi a morte, em todos os sentidos. Exatamente por termos um espírito demasiadamente arraigado e preso à natureza decaída, recusamos e desprezamos a verdade, por ela ser impossível de se conciliar com a mentira que anelamos cuidadosamente em nós. Então, tomamos a verdade como mentira, e a mentira com verdade, numa inversão que remete à advertência divina, dado pela boca do profeta: "Ai dos que ao mal chama bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e prudentes diante de si mesmos!" [Is 5.20-21]. Creio que podemos chamar esse estado de esquizofrenia, de forma que o homem agindo assim rompe completamente com a realidade e a verdade, apegando-se à fantasia, ao delírio e à mentira, ainda que ele esteja convencido de que "sente" e faz o que é certo, produzindo, contudo, o dano, o erro, a destruição, seja pessoal ou alheia.
Temos também que a soberba, o parecer sábio aos próprios olhos e prudente diante de si mesmo, é um estado de superioridade fictícia, quando o homem se estabelece no abismo mais profundo, nos degraus mais abissais da existência e da consciência [ou da não-consciência], e a cegueira espiritual o impede de ver a sua real situação de degradação, de debilidade, de corrupção; e ao fazê-lo, estabelece a própria sentença de morte. Na verdade ele já está morto, mas insiste em brincar de vivo, quando o cadáver nem mesmo pode imaginar o que venha a ser uma brincadeira.
Essa ideia nefasta e diabólica de que a Escritura pode ter partes verdadeiras, mas que no seu todo apenas a mensagem salvífica é a verdade, revela apenas mais um dos sintomas do soberbo e pretenso superior: a arbitrariedade de dizer o que é e o que não; a arbitrariedade de se fazer de autoridade espiritual sendo que apenas o Espírito é a autoridade, e os que não o tem, não passam de impostores, charlatões e usurpadores.
Quando alguém diz: "os fatos relatados na Escritura não são a verdade, pois não podem ser provados historicamente, e há erros crassos do ponto de vista científico, que podem ser provados pela experimentação, e apenas a mensagem de salvação é verdadeira, o resto deve ser desconsiderado.", o que se pode dizer? Converta-se, meu irmão! Pois ainda que a fé na autoridade da Escritura seja algo subjetivo, a Escritura é objetiva, assim como o agir do Espírito Santo na mente levando-a a crer, também. O que me leva a pensar que até mesmo a fé é algo completamente objetivo, pois está sob o efeito objetivo do Espírito de Deus. E é confirmado a partir do instante em que o mesmo Espírito começa a pavimentar a mente do homem regenerado, revelando-lhe a eficácia e unidade extraordinárias da Bíblia. A isso chamamos de testemunho interno, o Espírito testifica que somos filhos de Deus, de forma que todos os que são guiados por ele são filhos de Deus [Rm 8.14-16]. Até mesmo para se reconhecer esta verdade é necessário se crer nela como verdade. Não uma verdade subjetiva, que pode ou não ser verdadeira dependendo de quem ou em que condições ela é proferida, mas como uma verdade objetiva e real a todos os que são filhos de Deus. E mesmo para os que não são, pois a verdade não é inclusiva, mas também exclusiva, no sentido de que o não preencher suas condições torna-o incompatível com a verdade.
Não há uma verdade que se torne verdadeira apenas por alcançar a minha mente e coração. Ela é verdadeira em si mesma, e objetiva em si mesma, se verdade for, pois não depende de mim, nem da minha compreensão ou aceitação; ela existe independente de se querê-la ou não, de se reconhecê-la ou não; o que se deve fazer é buscá-la, e quando encontrá-la, aceitá-la, e nunca rejeitá-la. O que se tem feito, e muitos e muitos cristãos estão envolvidos nessa aceitação, é o estabelecer um progressivo estado de incredulidade, de forma que nada seja verdadeiro, a menos que diga respeito exclusivamente ao indivíduo, e que ela pode mudar de pessoa para pessoa, como um camaleão muda de cor. Mas até mesmo o camaleão mutante não deixa de ser um camaleão, o fato dele mudar de cor é uma das características que o tornam e o qualificam como camaleão. O que o homem tem de entender é que o fato dele se agradar e se especializar na distorção, na inconsistência, na contradição, na mentira, no engano, apenas o tornam no que ele é: homem! Caído pelo pecado; entregue ao pecado; e pelo pecado morto para Deus. A incredulidade é fruto apenas da ignorância humana em relação a Deus. A incredulidade tem-se investido de autoridade; de um entre tantos artifícios que tentam colocar o homem na posição de "senhor de si mesmo" quando não passa de um ídolo, e ídolos são quebrados, espatifados e destruídos facilmente, pois não têm vida, em si mesmos não prestam para nada, mas servem por afastar o homem cada vez mais de Deus. E, mesmo não sendo nada, não representando nada, nem assim o homem é capaz de destruí-los, revelando o quanto somos ainda mais tolos e pretensiosos em alimentar o modo intenso em que nos deixamos perder por nossa fragilidade.
Para isso nos cercamos de todas as formas possíveis e impossíveis de subterfúgios para mantermo-nos intactos no autoengano; assim com Adão e Eva resistiram à verdade, ao preceito divino, e se apegaram fervorosamente à mentira, ao que os seus corações compungidos levaram-os a acreditar como verdadeiro, mesmo sabendo ser mentira, mas preferiram segui-la, ainda que reconhecendo trágicas as consequências. Adão e Eva pagaram para ver, como se diz, e muitos arriscam-se a pagar para ver, e verão!
O que existiu neles e existe hoje é uma obstinação ao pecado, de forma que a simples ideia da verdade e suas consequências dolorosas, muitas vezes faz com que o homem a busque na transgressão, como se ela fosse uma negação, ou melhor, a anulação de toda a realidade numa tentativa infrutífera de se criar uma suprarealidade a revelar apenas e tão somente a imperfeição, e a buscá-la ternazmente nos caminhos perversos; e assim ele é conhecido de Deus, e por ele desprezado. E o reino de Deus se tornará tão impossível para eles, quanto mais a Escritura não lhes for verdadeira. Desta forma, o pecado parece ser o ato desesperado do homem de aniquilar a verdade da sua própria condição, e ao fazê-lo, espera-se que a realidade se dissolva e em seu lugar surja um novo ente para tomar o lugar de Deus, e para satisfazer a necessidade que o homem tem de Deus, uma figura postiça que não o lembre quem é, o que é necessário fazer para não se sujeitar aos desígnios divinos.
CONCLUSÃO
A C.F.B. de 1689 nos diz, neste capítulo, resumidamente, o seguinte:
a) A Bíblia é a palavra imutável, inerrante, infalível e inspirada de Deus.
b) Deus é o autor primário da Escritura, a qual é a sua santa palavra.
c) Deus preservou a sua palavra de qualquer corrupção, tanto ontem, como hoje, como sempre preservará.
d) A Escritura é autoritativa em si mesma, não dependendo de qualquer autoridade exterior a ela, seja o da Igreja, de Concílios, ou da erudição e academicismo, muito menos da ciência em todas as suas formas.
e) A Escritura é autointerpretativa, ou seja, ela se autoexplica, claramente.
De forma geral, esses são os pontos principais abordados pela C.F.B de 1689 nesta seção, os quais cremos e defendemos como princípios fiéis à fé cristã.
Nota: Aula realizada na E.B.D. em 13.11.2011
sábado, 19 de novembro de 2011
Confissão de Fé Batista de 1689 - Aula 7: Interpretação da Escritura

Por Jorge Fernandes Isah
9. A regra infalível de interpretação das Escrituras é a própria Escritura. Portanto, sempre que houver dúvida quanto ao verdadeiro e pleno sentido de qualquer passagem (sentido este que não é múltiplo, mas um único), essa passagem deve ser examinada em confrontação com outras passagens, que falem mais claramente.20
20 II Pedro 1:20-21; Atos 15:15-16
Primeiro, definamos o significado de interpretar, cuja origem vem do latim "interpretari", o qual quer dizer aclarar, explicar ou dar o sentido a algo, no nosso caso, ao texto bíblico. Então, de certa forma, todos nós somos interpretes, aqueles que, através da leitura do texto sagrado, apreenderão o seu significado, a sua mensagem. Como já foi dito, temos de ter o cuidado de não reescrever o texto, dando-lhe um sentido que Deus não quis dar. Isso acontece comumente por causa das nossas limitações, mas ainda mais habitualmente [o que não quer dizer que seja uma prática normal, correta] porque queremos que o texto concorde com o que pensamos, com o que cremos. A ideia de que somos "livres-interpretes" é falsa, pois o texto não pode ter uma significação pessoal, como Pedro nos diz: "Sabemos primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação" [2Pe 1.20].
Alguém poderá dizer que o apóstolo se refere apenas às profecias, mas o fato é que as profecias são relatos, revelações de Deus ao homem, o que inclui, ao meu ver, todo o escopo da Bíblia, ainda que particularmente nos atentemos ao seu caráter de prever acontecimentos futuros. Quando a Bíblia diz: "A alma que pecar, essa morrerá" [Ez 18.20], temos um princípio, o de que o pecado levará inevitavelmente à morte, e uma profecia, a de que os pecadores morrerão [numa afirmação para o tempo futuro, para aqueles que ainda viriam, sem se esquecer de que ela já se realizara também no passado]. Então, profecia [lat prophetia] significa igualmente anunciar e interpretar a vontade e os propósitos divinos; profetizar é anunciar o Evangelho, o que todos os cristãos são chamados a fazer, logo, todos somos profetas.
O cuidado e zelo ao nos dirigirmos ao texto bíblico está ligado ao temor de preservá-lo em nossa mente e coração da forma como Deus nos entregou. Como já disse, todos temos acesso à Escritura, mas com a responsabilidade e vigilância para não colocar aquilo que ela não diz, nem tirar o que ela diz. Nós somos os seus guardiões secundários, pois Deus é o seu guardião principal e, por ele, ela se manterá intacta e perfeita em sua missão de nos revelar fiel e verdadeiramente a sua mensagem. O que não nos exime da vigília contínua em resguardá-la inalterada, incorrompida. De forma que a Bíblia é autossuficiente em si mesma, sem depender de nada ou ninguém além do seu autor, o Espírito; e será sempre ele quem guiará os leitores ao correto entendimento e interpretação da verdade. Mas, para isso, é necessário que o leitor seja regenerado, sua mente transformada, pois há uma venda que cega os olhos espirituais do homem natural, e assim a interpretação correta torna-se impossível, e a sua compreensão inatingível, sendo essencial que ela seja retirada, e isso somente acontecerá pela obra e ação direta do Espírito Santo, dando o novo-nascimento, sem o qual ninguém poderá ver o reino dos céus [1Co 2.14; 2Co 3.14-15].
Creio que este ponto esteja bastante claro, e foi afirmado e reafirmado desde a primeira aula: a Bíblia é autointerpretativa, ela se explica a si mesma, e, para tanto, ela deve ser estudada, e nela devemos meditar para que encontremos a resposta para as eventuais dificuldades que examinamos. Mas nada disso será possível ao homem natural, pois tem os olhos cegados para a verdade. Somente o Espírito Santo pode abrir os olhos ao "morto" e trazer-lhe à vida, ao ponto de, somente assim, ele ser capaz de compreender a mensagem divina. o que nos torna ainda mais responsáveis diante de Deus, pelo dever de clamar e suplicar que ele nos dê a capacidade de entendimento constante, a capacidade de, iluminados pelo Espírito, crescer na compreensão da Escritura.
Com isso, o que se quer dizer que nem as ciências humanas, nem a intuição espiritual ou novas profecias, nem a tradição, ou decisões eclesiásticas, podem ser o ponto pelo qual determinado texto venha a ser clarificado e interpretado. Esse é um princípio definido sabiamente pela C.F.B., de maneira que ninguém está autorizado a explicar o sentido de determinada passagem com base em outros fatores que não seja o próprio texto bíblico; de maneira que ela dará um ensino geral e uniforme, não podendo contradizer a si mesma, pois ela é uma unidade harmônica e coesa.
Não estou excluindo absolutamente o conhecimento humano quanto aos métodos de ensino e aprendizado das línguas originais ou de hermenêutica [a palavra origina-se do grego "hermēneuein" que significa interpretar, esclarecer, e traduzir. É o ramo da filosofia que estuda a interpretação de textos, ou melhor, através dela determinado texto é levado à compreensão], que podem auxiliar no entendimento e compreensão do texto bíblico.
A questão então passa a ser: qual a forma correta de interpretação do texto sagrado?
Muitos alegam, como Orígenes, um dos pais da igreja de Alexandria, que antes de trazer um sentido literal para o texto bíblico devemos "espiritualizá-lo", pois este é o seu objetivo primário. Em outras palavras, ele quis dizer que o sentido literal era coisa para neófitos, iniciantes, e que o sentido espiritual ou alegórico era para os maduros na fé[1].
A palavra alegoria origina-se do grego "allegoría", e significa "dizer o outro", que é o mesmo que dar outro sentido ao sentindo literal, dizer algo diferente do sentido literal. Dá-nos a ideia de que a verdade está alegoricamente oculta, e de que entendê-la literalmente, na superfície, seria uma forma "inferior" de se aproximar de Deus. Em outras palavras, o método alegórico afirma não haver o ensino direto na Escritura, mas formas subliminares e subentendidas somente perceptíveis por aqueles que sejam superiores espiritualmente para buscá-las e encontrá-las. O que acontece é a distorção e corrupção da verdade, e uma presunção que torna o interprete em um analfabeto, incapaz de ler no texto a mensagem real e verdadeira de Deus.
Infelizmente este método antigo de interpretação está mais vivo hoje do que esteve à época de Orígines. Muitos pastores e líderes cristãos se espelham nesse ensino para fazerem-se mais espirituais aos olhos do seu rebanho. Com isso eles ganham autoridade e a capacidade de manipular o texto bíblico ao seu bel-prazer, conforme os seus interesses imediatos, revelando o pensamento e a mente do homem ao invés do pensamento e a mente do Autor, o Espírito Santo.
Um mesmo objeto, por exemplo, a água, pode significar coisas diferentes para intérpretes diferentes. O dilúvio, pelo qual o mundo sucumbiu pela água, poderia significar coisas díspares como a destruição do mundo, o julgamento de Deus sobre a humanidade, porque "a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente" [Gn 6.5]; ou o batismo regenerador, através do qual a água tem poderes de efetivamente apagar e limpar o homem dos seus pecados. A arca de Noé, em outro exemplo, pode significar dois eventos: para Agostinho [que as vezes tinha rompantes alegoristas] as suas medidas eram idênticas às medidas do corpo humano, simbolizando a Igreja, o Corpo de Cristo. Para Hipólito de Roma, a mesma arca significava o Cristo, o Salvador que haveria de vir.
Há também uma sensível diferença entre as parábolas de Cristo e a alegorização. Uma coisa é o Senhor utilizar-se de analogias e figuras de linguagem para ensinar seus discípulos a verdade. Outra coisa é utilizar-se do método de alegorização para dar um sentido irreal [e mesmo vários sentidos irreais] a tudo que é real no texto. A Bíblia se utiliza de figuras, tipos e alegorias, como maneira de, didaticamente, transmitir e ensinar a verdade, algo real. Vejamos alguns exemplos:
a) Rm 5.14: "No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir" - Adão é um tipo de Jesus, demonstrando que o nosso Senhor e Salvador tem também as características humanas de Adão, a exceção da natureza pecaminosa [Assim como Moisés é tipo do Senhor, como o libertador do povo de Deus];
b) 1Co 10.1-6: "... E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram" - Fatos históricos, acontecimentos, servem-nos de figuras, de representação, exemplos que devemos seguir, e muitos que devemos evitar.
c) Gl 4.21-26: "... O que se entende por alegoria; porque estas são as duas alianças; uma, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar..." - Paulo, inspirado pelo Espírito, através dos personagens históricos, Sara e Hagar, alegoriza as duas alianças.
O fato da Bíblia se utilizar desses elementos com o objetivo de ilustrar algumas verdades, respeitando-se o texto, o contexto e a intenção do autor, não nos dá o direito de considerar que toda a verdade será compreendida a partir da alegorização, no abandono da interpretação literal. Isso seria alterar e corromper o sentido que o autor quis dar ao texto, fazendo-o dizer o que ele não disse. Por isso, há a necessidade de se utilizar sempre na leitura da Escritura o método gramático-histórico, a busca do sentido literal, observando-se as regras gramaticais e o período histórico no qual foi escrito. Em outras palavras, a melhor forma de se ler o texto bíblico é ater-se ao seu sentido simples e evidente, a fim de não se cair na armadilha da alegorização, que não passa de uma forma pretensamente superior e espiritual de interpretação, mas que revela pouco ou nenhuma espiritualidade; revelando não o Espírito da verdade, mas o espírito do erro [1Jo 4.6].
Portanto, quando nos aproximarmos da Escritura devemos fazê-lo em busca da verdade, pois somente ela nos interessa, ou seja, ouvir, compreender a voz de Deus, para assim conhecer a sua vontade, obedecê-lo e servi-lo para a sua honra e glória, e para a nossa edificação e santificação. De forma que não nos interessa conformá-la ao nosso pensamento, mas ter o nosso pensamento conformado a ela, sujeitando-nos ao sábio e perfeito conselho divino.
[2] Resumo da aula realizada na E.B.D. em 05.11.2011
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