domingo, 21 de agosto de 2016

Esboço de Pregação em Salmos 91.5-8: "Na morte ou na vida, não temas!"



Jorge Fernandes Isah



INTRODUÇÃO

- O Salmista continua a descrever as promessas de proteção divina; e prossegue: “Não terás medo do terror de noite”.

- A escuridão nos amedronta, em especial, o homem natural.

- Mas, por quê?

- Ora, porque ele não consegue ver, nem distinguir nada. Os perigos e ameaças podem tomá-lo de supetão, sem que os perceba.

- A escuridão traz consigo a suspeita, a insegurança, e a aflição.

- Muitos criminosos escolhem a noite para realizarem um delito; pela possibilidade de esconder-lhes a autoria, e surpreenderem as vítimas.

- Os perigos rondam por ela.

- Talvez, por isso, os filmes de terror e suspense abusem do ambiente noturno, por causa da sua atração maléfica.

- O mal se manifesta nas trevas, na escuridão, e a noite é o seu ambiente propício. Então, é natural que os homens temam a noite, e ela lhes traga ansiedade e preocupação.

- O homem mau procura as trevas, e nelas se escondem, para que os seus atos não sejam revelados pela luz.
JOÃO 3.19-21:

“E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.”

- O profeta João nos diz que Cristo é a luz, e ele é quem dissipa a escuridão, destruindo o mal.

 

NÃO TEMAS!

- As promessas de Deus vão muito além do que imaginamos possível, e do que a maioria pensa quando lê este Salmos. Ele não fez uma relação de situações nas quais seríamos protegidos, esquecendo-se de outra na qual estaríamos vulneráveis.

- Como metáforas, elas querem afirmar que, se estamos seguros nas mãos de Deus, não temeremos mal algum, porque estamos seguros.

- Como uma galinha recolhe a sua ninhada, Deus nos protegerá também das trevas, e, em especial, da escuridão da nossa alma natural. O homem, por causa da Queda (o pecado de Adão, que era o nosso representante, a cabeça), teve todos os aspectos da sua existência manchados e atingidos pelo pecado.

- O pecado levou o homem a ser autor e vítima de suas próprias mazelas.

- E a obra de Cristo foi nos libertar primeiramente do pecado (como a influência a nos mergulhar nas sombras, na escuridão total), depois de nós mesmos, o velho homem, fazendo-nos novo, e guiar-nos em seus passos santos e retos.

- E assim, seguros, a ordem é: não temer!

- E não temeremos, porque ele é a nossa fortaleza, o nosso esconderijo, o refúgio inexpugnável.

- Dessa forma, também nas lutas e batalhas do dia-a-dia, não seremos derrotados, pois não temeremos a seta, os dardos inflamados e venenosos do inimigo.

- O eleito estará sempre seguro no Senhor, seja na vida, seja na morte.

- Com isso, o salmista quer dizer que seremos indestrutíveis? Que nada nos afetará ou ferirá? Não haverá doenças, dores, sofrimentos, perseguições e morte?

- A garantia divina não é a de que seremos invencíveis ou indestrutíveis.

Mateus 10.28-31:

“E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo. Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? e nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos”

- Mais do que o sofrimento, as dores da vida, e a aflição momentânea, é a morte eterna.

- O pecado trouxe consigo dores e morte.

- Muitos de nós temos vários exemplos de livramentos, de sermos poupados em meio aos perigos. Eu mesmo vive várias situações em que estive em perigo de morte, acidentes, assaltos, e outras tantas situações de risco, e Deus, em sua providência, me poupou.

- Nada disso, contudo, se compara a algo muito pior e com consequências duradouras e letais: a morte espiritual. Por que já estamos mortos em nossos pecados e transgressões, somente Deus pode nos vivificar e nos fazer assentar nos lugares celestiais, em Cristo.

- Sem Cristo, não somos nada além do pecado. Como aquele hino do Cantor Cristão diz: “De pecados carregado...”. Esta é a nossa realidade antes de sermos chamados e capacitados por Deus a reconhecer Cristo como Senhor e Salvador. Antes éramos apenas inimigos; desprezando-o.

- E por ser vivificados, chamados, justificados e santificados, podemos ouvir as palavras do Senhor, aninhando-as em nosso coração, por meio da esperança viva de que ele a cumprirá: Não temas!


VÍTIMA DE SI MESMA

1 Pedro 5.10:

“E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus nos chamou à sua eterna glória, depois de havemos padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoe, confirme, fortifique e estabeleça”

- As aflições e lutas são constantes em nossas vidas. Assistimos e presenciamos as dores e sofrimentos alheios, além dos nossos.

- Vemos, ao nosso redor, as pessoas despedaçadas, afogadas, soterradas pelo mal, pelo pecado, vítimas de si mesmas (Isaias 59.2).

- Deus nos garante que, mesmo em meio as mais terríveis tribulações e catástrofes, estaremos seguros e protegidos em suas mãos.

JOÃO 17.15:

“Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal”
- Se estamos no mundo, estamos sujeitos às vicissitudes do mundo.

- Mas o mal absoluto que é a separação, a inimizade, o desprezo, a Deus, dele o próprio Senhor nos livrará.

- Por isso, teremos paz (Jo 14.27, 16.33).

- E não mais seremos destruídos pelo mal que havia em nós, pois ele foi arrancando do nosso coração por Cristo, e de homens carnais fez-nos homens espirituais; pelo infinito amor com que nos amou.


NADA PODE NOS SEPARAR

Romanos 8.35, 38-39:

“Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?... Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor”


- A pergunta que Paulo faz é retórica, mas verdadeira: Quem nos separará do amor de Cristo? Nada!

- Nem a peste, nem a multidão de pessoas caindo ao lado nos abalará.

- Porque a nossa segurança está no Senhor.

- Nem a morte, a separação eterna, nos alcançará, pois foi destruída e consumida pelo sangue de Cristo.

- Deus o prometeu, ele cumprirá. A esperança e certeza consiste em crer que nossas vidas estão seguras, seladas, vedadas, de todo o mal. Pois ele nos transportou para o seu lugar santo e seguro, para o esconderijo de onde não mais sairemos, e jamais nos aventuraremos pelo território maldito da rebeldia e transgressão (Rm 8.8-11).


CONCLUSÃO

Que Deus nos abençoe e fortaleça, a fim de resistirmos até o último momento, confiando sempre nele, em sua providência e preservação, seja na vida ou na morte, porque somos dele, e nada poderá nos arrebatar ou tirar das suas mãos, pois esta é a sua promessa, a qual cumprirá com cada um dos seus filhos, daqueles que são coerdeiros de Cristo, e alvos eternos do seu amor.

A Cristo toda honra e glória, para sempre!



Nota: Sermão ministrado no Tabernáculo Batista Bíblico, em 10/08/2016

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